Quem é capixaba ou vive aqui há um tempo sabe que a Semana Santa vem com uma tradição diferenciada dos demais estados: a torta capixaba. A iguaria culinária é um prato típico do Espírito Santo, normalmente consumido na Sexta-Feira da Paixão, cuja base leva bacalhau e palmito, mas que na região litorânea recebe mariscos e frutos do mar.
E tanto a produção quanto o consumo se tornam um ritual de confraternização entre familiares e amigos. Para alguns, a união começa na produção da delícia. Mas há também quem se reúna para trocar pedaços de torta e conhecer o tempero do amigo.
Na casa de Rita de Cássia Reis, em Castelândia, a reunião começa na quinta-feira. “Juntamos a família para preparar a torta na Quinta-Feira Santa, e na Sexta-Feira da Paixão nos reunimos de novo para comer”, aponta.
Moradora de José de Anchieta, Carolyna Taylor conta que a tradição se repete toda Sexta-Feira da Paixão. “Aqui em casa fazemos a torta capixaba todos os anos. É uma forma de unir a família e confraternizar! Não só a família, mas também amigos e vizinhos, pois costumamos trocar pedaços”, conta.
E tem uma turma que se reúne em Praia Grande, Fundão, e recebe amigos da Serra, Vitória e de outros municípios para degustar e até mesmo eleger a melhor produção.
Quem conta como começou é Álvaro Duarte.“Éramos cinco amigos reunidos numa Sexta-Feira Santa e cada um levou sua torta capixaba. Como cada torta é diferente, por conta da receita de cada um, decidimos eleger a melhor. A partir daí, passamos a fazer o Festival da Torta Capixaba, que terá a 15ª Edição este ano. Nos últimos, estávamos com cerca de 60 pessoas e também há outros pratos diferentes, pois tem gente natural de outros estados que não se arrisca a fazer a torta”, detalha.