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Restauração do Queimado será entregue na quinta (19), mas sem festa, diz prefeito

Aspecto de como ficou a parte interna da igreja com o restauro. Foto: Bruno Lyra

A obra de restauração das ruínas da igreja de São José do Queimado serão entregues nesta quinta-feira (19). Haverá solenidade de inauguração, mas sem festa, como estava planejado. A informação é do prefeito Audifax Barcelos, que fez o anúncio no último dia 16.

“Vamos entregar para a população o espaço de Queimado, mas sem festa como gostaríamos de fazer. Sem grandes comemorações. É uma área livre, verde e bonita e estará à disposição da população”.

Todas as atividades referentes à agenda como a caminhada noturna também foram canceladas. Assim, como a sessão solene na Câmara da Serra e na Assembleia Legislativa.

Sobre o restauro

A primeira etapa do restauro das ruínas da Igreja de São José do Queimado, palco da maior revolta de escravos do Espírito Santo – conhecida como a Insurreição do Queimado – que este ano irá comemorar 171 anos de história está pronta. E a Prefeitura da Serra garante que após a entrega das obras haverá vigilância para evitar vandalismo e depredação do local e visitas programadas ao que o município está chamando de Museu a Céu Aberto.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura da Serra, a visitação aos monumentos históricos de responsabilidade da Setur (Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer), como as ruínas do Queimado, estão suspensas. Portanto, os canais para agendamento serão divulgados posteriormente.

Além do restauro, foi realizada pesquisa arqueológica, em que foram encontrados pedaços de prato, jarras, azulejos e outros itens, que podem ser visitados no Museu Histórico da Serra, na Serra Sede.

Existe, também, o projeto de incluir a história do Queimado num circuito turístico para fomentar o turismo histórico, além de incluir ações educativas envolvendo o ensino fundamental, tanto municipal quanto particular.

As ruínas ficaram abandonadas por anos e receberam via convênio com o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades) e Instituto Modus Vivendi uma nova cara. O custo da obra foi de R$ 1.3 milhão e foi bancada pelo setor atacadista.

Projeto de restauro teve início há dez anos

O programa de restauro começou há dez anos com o projeto arquitetônico realizado pela Prefeitura da Serra. As obras, foram realizadas pelo Instituto Modus Vivendi que ao fazer a limpeza encontrou vestígios de elementos originais da igreja como o arco cruzeiro, a pedra do átrio, o piso antigo e a escada. Seguindo as normas internacionais de restauro, o projeto ganhou novo contorno e buscou evidenciar os marcos históricos. No último dia 11, funcionários faziam os últimos ajustes da obra.

O prefeito Audifax Barcelos disse que Queimado tem uma importância histórica para o movimento negro local e nacional e que preservar esta história é fundamental. Disse ainda que isso (a preservação) sempre foi sua prioridade.

Audifax afirmou também que o município gastou R$ 1.5 milhão para fazer a iluminação da via que dá acesso Queimado. “Colocamos postes novos e fiação para facilitar a visitação de estudantes, turistas e moradores da Serra. Toda a obra, desde o início, há 10 anos é fruto de muito cuidado e sensibilidade. É uma grande emoção ver tudo isso pronto”, disse Audifax enfatizando que a obra é muito mais do que um restauro, já que é uma vitória para uma cidade, que tem a maioria de sua população negra.

O prefeito também garantiu que irá alocar funcionários da Prefeitura para fazer a vigilância do local para evitar depredações e vandalismo após a entrega da obra, mas não passou detalhes de como irá funcionar.

Audifax também anunciou o início da segunda etapa do restauro que deverá começar nos próximos meses e contemplará o cemitério de escravos, que fica no fundo da igreja, paisagismo, calçamento, banheiro, sala de apoio para visitação e iluminação cênica do local. O plano para tornar o Queimado como Patrimônio Histórico Nacional também está em andamento e sendo realizado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

A secretária de Direitos Humanos da Serra, Lourência Riani, comemorou a conclusão da obra. “O restauro é fruto de muito trabalho, muita luta. Agora podemos levar a história da maior revolta de escravos do ES para toda a sociedade serrana e capixaba. O Queimado antes esquecido agora poderá ser lembrado como símbolo de luta”.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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