Por Yuri Scardini
Diante da dificuldade em construir alianças de peso no ES, o ex-governador e secretário geral da nacional do PSB, Renato Casagrande, vem fazendo um movimento de fora para dentro, utilizando-se da sua estratégica posição no PSB para desenhar apoios partidários, da qual, obviamente favorece o partido e ao mesmo tempo, a sí mesmo.
A bola da vez é o PDT. Casagrande vem articulando junto à cúpula dos pedetistas, de forma que o PSB apoie Ciro Gomes para a presidência, e o PDT se alia aos socialistas nas disputas regionais, incluindo ai o ES. Se esse cenário ganhar força, e os dois partidos chegarem a um acordo, na prática Casagrande pode levar um dos maiores partidos capixabas. Em 2016 o PDT elegeu o maior número de vereadores (74 parlamentares), detém ainda controle sobre prefeituras como de Fundão e Guaçuí, além de uma bancada de três deputados estaduais e o deputado federal, mais votado em 2014, Sérgio Vidigal.
Com esse eventual embarque do PDT no grupo de Casagrande, o socialista ganha musculatura, ficaria com um caminho livre para ser candidato ao Palácio Anchieta, e obrigaria nomes como a senadora Rose de Freitas (PMDB) a pular em seu palanque. Além disso, dá para supor, que Vidigal numa chapa com Casagrande, teria tamanho para pleitear uma vice-governadoria. Resta saber se Vidigal, atualmente aliadíssimo do governado Paulo Hartung (PMDB) toparia pular de lado.
Pessoas próximas a Vidigal relatam que a movimentação de Casagrande incomodou Hartung, e o governador já teria se antecipado e feito uma proposta de aliança partidária com Vidigal, para que o deputado segurasse o PDT no grupo de Hartung em 2018, essa proposta passaria exatamente pela função de vice na chapa do governador.
Outro fator que pode consolidar o apoio do PDT à Hartung, é a proximidade do prefeito Audifax Barcelos (Rede) com Casagrande e Rose de Freitas. Mas nem isso é certo, já que o prefeito vem fazendo movimentos em ambos os lados. Verdade é que a gana de Casagrande pelo apoio do PDT, só encareceu ainda mais o passe político de Vidigal, que deve pleitear posições estratégicas na chapa que quiser. Em tempo: Essa conversa de vice de Vidigal agrada a muita gente, pois em tese, tira um competidor de peso para a disputa direta pela prefeitura da Serra em 2020.