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Professores enfrentam violência, adoecimento e falta de investimento

A rotina dos profissionais da educação é cheia de desafios. Foto: Agência Brasil

Nesta terça-feira (15) é o Dia dos Professores, mas será que existe muita coisa para se comemorar? Se antigamente a profissão era valorizada, atualmente é um grande desafio para quem está nela. Os profissionais têm que lidar com situações que vão muito além do ensino, como violência, falta de investimento e desvalorização, o que tem causado até adoecimento dos docentes.

O TEMPO NOVO conversou com alguns professores da Serra que contaram os seus principais desafios. Gabriela Felix, que é especialista em Educação de Jovens e Adultos, licenciada e bacharel em Química, afirma que seguir a carreira docente na atualidade já é o primeiro desafio encontrado. Segundo ela, a profissão tão importante é muito desvalorizada.

“Estamos falando de uma profissão tão importante e tão desvalorizada. Trabalhamos mais do que a média mundial, ganhamos bem menos em comparação a outros profissionais com nível superior e para garantir uma renda “confortável”, temos que nos desdobrar em três turnos. Esses são os grandes desafios fora da sala de aula”, disse a professora.

Ainda de acordo com Gabriela, essa jornada cansativa pode fazer com que os profissionais adoeçam. “Jornada excessiva, acúmulo de trabalho, desvalorização do profissional, podem adoecer sim. Problemas que podem ser agravados dentro do ambiente escolar quando nos deparamos com alunos indisciplinados e que fazem de tudo para desmerecer o trabalho do profissional”, destaca.

Afastamento por conta de violência

A professora Fabiola Cerqueira já sentiu na pele o adoecimento por conta da jornada cansativa e da violência. Após episódios de violência física e verbal, a profissional teve que se afastar por um período, pois ficou muito abalada emocionalmente com a situação.

“A saúde do profissional da educação é afetada de diferentes formas. Problemas com a voz só devem mesmo perder para os problemas relacionados às doenças da mente. Síndrome do pânico, ansiedade, depressão, estresse e cobranças de todos os lados. Quando sofri violência verbal, fui orientada a registrar boletim de ocorrência e a me afastar da escola. Precisei de uma licença médica porque estava emocionalmente abalada”, relembra a professora.

Além disso, Fabiola afirma que o desrespeito dos alunos e a falta de atenção de algumas famílias são outros problemas. “A docência traz muitos desafios. Os baixos salários mostram o descaso com a profissão, mas isso já é de conhecimento de todos. No serviço público enfrentamos ainda a falta de formação continuada. Não há investimento. Além disso, temos que conviver com o desinteresse de boa parte dos alunos e com o descaso das famílias. Para se ter uma ideia, nas reuniões de pais, apenas a família dos bons alunos comparecem, ou seja, os estudantes mais difíceis ficam apenas por conta da escola”, destacou a professora.

“O descaso com a profissão é uma violência”

Para o professor de História, José Quirino, que ao contrário de Fabíola, nunca sofreu violência física e verbal, o descaso com sua profissão é um dos maiores problemas. “Precisamos ser valorizados como profissionais. Nunca sofri violência física ou verbal não, porém o descaso com a profissão é uma violência”, afirma.

Fabrício Rufino, também da rede pública, já sofreu violência verbal na sala de aula. “Nunca tive problema com violência física, mas já sofri verbal. A profissão dos professores ainda é pouco valorizada e falta investimento, além de respeito”, conta o professor de História.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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