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“Pretendo, até 30 de agosto, sinalizar nome para a sucessão”

Audifax espera uma relação de “paz e tranquilidade” com a Câmara da Serra nos próximos dezoito meses de seu mandato. Foto: Everton Nunes / Secom PMS

O prefeito Audifax Barcelos (Rede) recebeu o TEMPO NOVO em seu gabinete na última quarta-feira (10). Empolgado, listou as obras que quer inaugurar e fez um balanço do primeiro semestre do ano. Ele defende a redução na taxa de esgoto cobrada na conta de água; além disso, citou as dificuldades políticas com a Câmara Municipal e pediu “paz”. No que tange ao governador Renato Casagrande (PSB), afirmou que a relação “está evoluindo”, e cravou: no dia 30 de agosto, vai “sinalizar” seu sucessor para a Prefeitura da Serra.

Fechamos o primeiro semestre do ano. Em termos administrativos, qual o balanço entre pontos altos e baixos?

> Olha, diante das circunstâncias do país, a avaliação é muito boa. Nossa arrecadação em 2018 foi igual à de dez anos atrás. No entanto, nossa população cresceu em 123 mil habitantes; isso faz uma diferença enorme. Mesmo assim, fizemos muita entrega e começamos muitas coisas. O município está organizado; tem serviços prestados e obras. Devido à situação do Brasil, a população está mais impaciente, intolerante e empobrecida; ela demanda por mais serviços. Esse é o desafio. No campo da política, tivemos alguns problemas; mas vejo muita coisa positiva na gestão.

Mas em ações objetivas, o que é possível destacar?

> Entre as várias entregas, temos a expansão do Parque da Cidade; o início do Contorno do Mestre Álvaro, que é uma questão histórica e foi construída a várias mãos. Tivemos problemas nas Upas, mas avançamos na gestão em Carapina e, agora, será na de Serra Sede. Percebo que estancamos grande parte das reclamações. E no dia 12 de outubro, vou entregar a de Castelândia. Não há nenhuma cidade no país, equivalente à Serra, com três Upas de classificação 3, que é a maior. Estamos restaurando o Queimado. Evoluímos muito na obra do Hospital Infantil. Mas queria dar ênfase a mais duas coisas.

Quais seriam?

> Em meio à tanta corrupção no país, ganhamos o título de cidade mais transparente; vou sair com o mesmo patrimônio que tinha quando entrei há mais de 20 anos. Outro ponto é a violência; enquanto o Brasil vive uma explosão de homicídios e mortes, durante a minha gestão a Serra deixou o topo do ranking que liderava há décadas. É algo histórico, e a Prefeitura com gestão integrada ajudou muito nesse processo. Então, destaco as obras em meio à crise; título de transparência em meio à corrupção no país e queda de homicídios num contexto de mais insegurança.

O que é possível adiantar para o fim desse ano?

> Até dezembro, vou pintar Planalto Serrano. Vamos começar a entrega da Upa; a Praça Encontro das Águas, em Jacaraípe; a Arena Jacaraípe (antigo Clube Riviera) até dezembro; e outras obras, como escolas e creches. Vou iniciar a pavimentação de 13 bairros. Vou investir na Serra Sede com revitalização, construção do novo prédio da Prefeitura e novo prédio do IPS, entre outros.

No orçamento de 2019, estavam previstos R$ 300 milhões em operações de crédito. Como anda essa questão? Pode engessar a Prefeitura no futuro? 

> Pegamos R$ 100 milhões por meio do Finisa (Caixa Econômica) e R$ 130 milhões do Banco do Brasil; estamos pleiteando mais R$ 70 milhões com o Governo Federal para a Rotatória do Ó, em Laranjeiras. Eu acredito que comece a obra no segundo semestre. Não vai sufocar o Município, pois temos capacidade de endividamento de R$ 1,2 bilhão; então, ainda tem folga de mais de R$ 700 milhões para novos financiamentos aos futuros prefeitos. E isso foi possível porque temos as contas em dia. Não vou deixar dívida nenhuma para o próximo prefeito no campo previdenciário, de restos a pagar, de reajuste, de nada. 

E quanto à geração de emprego – que é uma das crises na qual o Brasil mergulhou -, como a Serra está nessa frente?

> Recentemente, estive no Tims e fiquei impressionado com o volume de coisas acontecendo lá dentro. Mas em políticas públicas, posso citar o Simplifica Serra, para desburocratizar a vida de quem quer empreender; e, também, uma parceria com o Instituto Arapyau, que vai trazer novos empreendimentos e gerar empregos.

Como avalia os serviços prestados pela Ambiental Serra na gestão do esgoto?

> A Cesan é a gerente desse contrato, mas eu tenho cobrado duas coisas. Estou satisfeito com a cobertura, mas precisa focar mais nos nossos rios, lagoas e mar, com melhoria no tratamento. A outra é o custo. A população está pagando muito pelo serviço de esgoto; é um serviço importante, mas é preciso discutir essa questão do valor da taxa cobrada.

O ano começou com a suspensão de R$ 23 milhões em convênios pelo governador Renato Casagrande. Como está a relação entre os governos?

> Do ponto de vista administrativo, numa escala de 0 a 100, acho que estamos na metade. As coisas estão melhorando. Já devolveu o convênio da Upa de Castelândia; devolveu o da ciclovia Barcelona x Laranjeiras. Falta o convênio da Talma Rodrigues, de Bairro de Fátima e dos equipamentos do Hospital Infantil, o qual pretendo inaugurar em fevereiro. Ele (Casagrande) tem colocado que vai fazer. Sinalizou, também, obras importantes, como um viaduto em frente ao Vitória Apart. Reiniciar o Contorno de Jacaraípe no ano que vem e a ES 010 esse ano pegando desde Manguinhos até Capuba. Casagrande nos ajudou muito na obra do Contorno do Mestre Álvaro.

E no que tangue à política?

> Vou cuidar disso no ano que vem. Meu foco está muito na pauta administrativa e, nesse sentido, estamos evoluindo com o Governo do Estado.

Certo, mas você vai deixar para tratar de sua sucessão apenas no ano que vem? Afinal, você tem um legado para defender.

> Vamos sim participar do processo eleitoral no ano que vem, não tenha dúvida disso. Então, vamos definir um nome. Pretendo, até 30 de agosto deste ano, sinalizar um nome para a sucessão.

Sobre a relação com a Câmara, o que poderia ter sido diferente e como deve ser a relação daqui em diante?

> Existe uma reclamação de que eu preciso dar mais atenção aos políticos e partidos. Tenho investido muito tempo com a gestão. Talvez cometi algum erro de não balancear a gestão e a política. Mas fiz muito bem intencionado para a população. Quero olhar para frente, quero paz e tenho que respeitar a Câmara. Os vereadores foram eleitos democraticamente; também representam a população. Quero continuar trabalhando e preciso dos vereadores para isso.

Redação Jornal Tempo Novo

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