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ArcelorMittal vai parar mais um alto-forno em Tubarão

A planta de Tubarão da siderúrgica foi responsável por mais de 12% do PIB do ES em 2016. Foto: Divulgação/ArcelorMittal Tubarão.

Maior indústria instalada na Serra e 3ª maior planta produtora de aço do Brasil, a ArcelorMittal Tubarão anunciou que vai paralisar o Alto-Forno 03. Segundo a empresa, o equipamento deverá ser desativado em até daqui 45 dias. Em comunicado divulgado neste sábado (28), a siderúrgica afirma que medida é reflexo da redução da demanda do mercado internacional por aço em função da crise econômica produzida pela pandemia da Covid-19.  A medida pode agravar os efeitos da crise gerada pela pandemia na Serra e restante do ES.

A ArcelorMittal Tubarão  já havia paralisado o Alto-Forno 02 em junho do ano passado. Neste caso, para obras de melhorias tecnológicas visando aprimorar produtividade e controle da poluição, conforme Termo de Compromisso assinado junto ao Ministério Público e órgãos ambientais.

Mas a paralisação do Alto-Forno 02 também foi reflexo de outra crise que já vem atingindo o setor mínero siderúrgico. É que a parada foi antecipada em dois meses por conta da redução da oferta de minério de ferro, uma dos insumos do aço, em razão do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho – MG, em janeiro de 2019.

Com isso, a empresa deve continuar operando apenas com o Auto-Forno 01, o mais antigo. Indagada quanto a paralisação do Alto-Forno 03 pode gerar em demissões, a siderúrgica não se pronunciou.

Mas o impacto pode ser grande na Serra e cidades vizinhas, pois além de ser geradora de milhares de empregos e recolhedora de milhões em impostos, a siderúrgica faz compras e contrata serviços junto a diversas empresas locais.

A Arcelor também não informou o quanto está produzindo atualmente de aços planos e para quanto esse número – que já está reduzido com a parada do Alto-Forno 02 – deve cair com a parada do Alto-Forno 03. A planta de Tubarão tem capacidade total de fabricar até 7,5 milhões de toneladas de aço por ano.

Empresa é um dos pilares da economia capixaba

O estudo ‘ArcelorMittal Tubarão no Espírito Santo’ encomendado pela própria siderúrgica e publicado em 2017, revela o gigantismo da planta industrial de produção de aço na economia da Serra e do ES.  Segundo o documento, em 2016 as atividade da unidade de Tubarão da ArcelorMittal representaram 12,6% do PIB capixaba.

No mesmo ano, a empresa tinha mais de 5,3 mil funcionários próprios, fora os terceirizados. Também em 2016, a siderúrgica injetara R$ 2,82 bilhões na economia do ES com compras e contratação de prestadores de serviços instalados em território capixaba.

O estudo aponta ainda que, em média, entre 2004 e 2016, a ArcelorMittal Tubarão recolheu anualmente para o município de Vitória R$ 4,5 milhões e R$ 3 milhões para a Serra (ISS e IPTU). Para o Estado, no período citado foram recolhidos R$ 204 milhões por ano em média.

Veja abaixo íntegra do documento divulgado hoje pela siderúrgica

A ArcelorMittal Tubarão informa que tem se mantido atenta ao cenário de propagação do coronavírus (Covid-19) no Brasil e no mundo, assim como seus desdobramentos e as orientações dos órgãos de saúde competentes.

Nas últimas semanas empreendeu uma série de ações alinhadas às orientações da Organização Mundial de Saúde e do Poder Público Brasileiro, visando apoiar na prevenção da disseminação do vírus e na redução dos riscos de transmissão da doença, dentro e fora da unidade.

Dentre as medidas tomadas estão a suspensão de eventos externos, internos e atividades com grande aglomeração de pessoas, a orientação a empregados para cancelarem viagens a trabalho e priorizarem a realização de reuniões virtuais, o afastamento social recomendado, a intensificação dos procedimentos de limpeza e higienização e a promoção de amplas campanhas internas orientativas. A empresa também adotou, nos últimos dias, o teletrabalho para a maioria das funções administrativas como forma de diminuir o volume de circulação de pessoas em suas dependências.

Além disso, considerando os cenários econômicos nacional e internacional, cujos mercados têm apresentado baixa demanda por aço, a empresa decidiu pela parada, em até daqui a 45 dias, das atividades do Alto-Forno 03. Ele se junta ao Alto-Forno 2, que está parado desde o ano passado. A decisão se soma às ações que têm sido implementadas buscando contribuir com a contenção da doença e está alinhada ao nosso papel social junto à sociedade.

Redação Jornal Tempo Novo

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