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Populismos, legislativos e civilização

Yuri Scardini

Está em progressão no Brasil uma ideia torpe de demonização da política. Na verdade, esse fenômeno já vem em franca evolução há alguns anos, mas agora tem navegado em águas ainda mais perigosas para a democracia e surfam na revolução da ignorância. O conceito de demonização da política tem progressivamente evoluído para as instituições.

Não é atípico nos depararmos com discursos demagogos de “fim dos privilégios”, por exemplo. Esse tipo de narrativa embusteira encanta aos ouvidos de muita gente que acorda cedo para ralar o dia todo, mas que não guarda nenhum significado objetivo que não seja o populismo mais chulo.

A partir dele, defende-se descalabros em nome de uma pseudo-faxina moral. Acusa-se principalmente o Poder Legislativo de ser o culpado da quebradeira geral no Brasil, quando, na verdade, este Poder da República – em termos de orçamento – significa apenas uma “microfatia” do orçamento geral. Para exemplificar: a União tem um orçamento estimado em R$ 1,4 trilhão, enquanto o Congresso Nacional deve gastar R$ 10 bilhões em 2019 (menos de 1%). Obviamente, nenhuma cifra em bilhão é pouco; mas num país de proporção continental, não é esse valor que será determinante para a Saúde, a Educação ou a Segurança, para citar algumas áreas.

Fala-se que são muitos deputados, que ganham bem, que têm muitos assessores. É uma meia verdade, apenas. Entre mais de 200 milhões de brasileiros, a Câmara conta com 513 deputados e o Senado, com 81 parlamentares. Nessa perspectiva, o número parece minúsculo. Para ser mais exato, nossos políticos em Brasília significam 0,0002965% da população brasileira.

De fato, esses políticos ganham bem, se tomarmos com base a média da população. Mas como explicitado acima, eles são muito poucos e responsáveis por regular uma realidade de proporção continental.

Pode até soar como um barulho aos ouvidos, mas é justo defender que o Brasil tenha muitos deputados e senadores para ampliar a diversidade de representação, e que estes utilizem os recursos possíveis para executar com propriedade a função para a qual foram eleitos, isto é, fiscalizar, propor e votar leis; mas, principalmente, ser a voz de uma população plural e diversa.

O Brasil precisa votar melhor e não prostituir a função da política, a única ferramenta civilizatória capaz de conduzir o mundo para a prosperidade e garantir a sobrevivência da humanidade.

Redação Jornal Tempo Novo

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