Meio Ambiente

População pode ajudar a registrar atropelamentos de animais silvestres entre Jacaraípe e Nova Almeida

Fazer o maior o registro do maior número possível de casos de animais nativos atropelados no trecho de 7 km da rodovia ES 010 entre Capuba, Jacaraípe, e Marbela, em Nova Almeida. Para isto, o projeto retomado pelo Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff) no último dia 28 de abril, conta com a ajuda da população.

Cachorro do mato morto às margens da ES 010 após ser atropelado em 2016. Semana passada houve novo registro de atropelamento do canídeo nativo da fauna braisleira. Foto: Divulgação/Arquivo/Ibraff

O obejtivo é ajudar na política de conservação das matas, brejos e do maior trecho urbano de restinga do ES, localizada neste ponto do litoral da Serra. Incluindo aí a instalação de sinalização e até túneis e pontes de fauna na rodovia estadual, que está sendo revitalizada no trecho entre Jacaraípe e Santa Cruz, conta o diretor do Ibraff, Claudiney Rocha.

Para contribuir com o monitoramento, basta fazer tirar foto do bicho atropelado e mandar para o whatsapp (27) 99994 – 9438, informando sobre o local e data do registro. “Mas só pode ser neste trecho entre Capuba e Marbela, foco do projeto. Estamos registrando ocorrências com mamíferos, aves, répteis e anfíbios”, explica o ativista.

Segundo Claudiney, a escolha do trecho se deveu pelo fato da rodovia ser vizinha da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Águas, reserva federal que abrange áreas marinhas e de praia entre os litorais de Serra, Fundão e Aracruz.

“À esquerda da rodovia (sentido Jacaraípe x Nova Almeida), existe essa restinga que é a maior em área urbana da Grande Vitória. Ela faz parte da Apa. Mas à esquerda da rodovia não há unidade de conservação. E é um lugar com florestas e alagados preciosos, um corredor ecológico. Apesar da proximidade das áreas urbanas, ali há muitos animais silvestres, coisa que passa percebido pela população em geral e até por pesquisadores. Essa rodovia acaba isolando a restinga, na orla, das matas e alagados do interior. Então os bichos morrem atropelados ao tentar fazer a travessia, até porque motoristas correm muito e há bastante movimento no trecho ”, explica Claudiney.

Túneis de fauna e placas de advertência

O ativista destaca que um dos objetivos do projeto é propor ao Estado, gestor da ES 010, que faça pontes e/ou túneis de fauna ao longo dos 7km do trecho, aproveitando o fato de haver obras de revilatização em curso na via. “Também vamos solicitar a instalação de placas alertando a presença desses animais. E pedir à Prefeitura que implante reserva ambiental onde há alagados e mata Atlântica no lado esquerdo (sentido Jacaraípe x Nova Almeida) da rodovia”, completa.

Cartaz com o número do Whatsapp do projeto do Instituto. Imagem: Divulgação/Ibraff

Claudinei acrescenta que os registros serão compartilhados com o Projeto Urubu, iniciativa de abrangência nacional que usa um aplicativo para registrar mortes por atropelamento de animais silvestres em todo o Brasil. E também para o Intituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela gestão da Apa Costa das Algas, no intuito de contribuir com a elaboração do Plano de Manejo da reserva.

Cachorro do mato, jaguatirica, veado, lagartos e macacos 

Claudiney conta que o projeto foi iniciado em 2016. Mas teve que interrompê-lo, por falta de apoio, sendo retomado agora. O ativista ressalta que está aberto a parcerias com empresas e órgãos interessados em ajudar.

“Desde de 2016, já avistamos vivos na região veado, macaco bugio, jaguatirica, esquilo. E atropelados, infelizmente, ouriço caixeiro, gambá, cachorro do mato, serpentes de várias espécies, macaco sagui, lagartos teiú e ameiva (calango), sagui e morcegos. Do dia 28 pra cá, quando retomos o projeto, já registramos três atropelamentos, incluindo o de um cachorro do mato. A gente pede que se a pessoa encontra o animal atropelado, mas ainda vivo, que acione os órgãos de meio ambiente ou entre em contato com o número que disponibilizamos para o monitoramento colaborativo”, lembra o ambientalista.

Claudinei reforça ainda que ao encontrar o bicho e tentar fazer a foto, a pessoa deve ter muito cuidado para não se acidentar, pois se trata de uma rodovia de trânsito rápido e intenso.

Por fim, o ativista ressalta que quando encontra os animais, se possível, retira o corpo da pista de rolagem e joga na vegetação às margens, para evitar mais atropelamentos. É que quando um bicho morre, o corpo atrai os animais necrófagos, que são aqueles que se alimentam de animais mortos, como urubu, caracará, e outros. E esse bichos também acabam ficando expostos à novos atropelamentos ao comerem na pista.

Lermbrando que é proibido por lei levar para casa o corpo dos animais mortos. Mais informações sobre o projeto no instagram @ibraff.

Redação Jornal Tempo Novo

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