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Polícia, greve e barbárie

O que aconteceu em fevereiro de 2017 no Espírito Santo trouxe resultados humanitários e econômicos trágicos. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Três anos depois da maior crise da história da segurança pública do Espírito Santo, a possibilidade de uma nova greve da Polícia Militar (PM) volta a assombrar os capixabas. Medo que cresceu na última sexta-feira (14), com o terror dos ataques feitos por traficantes nas ruas de Vitória. Ataques estes que, coincidentemente, ocorreram um dia após o protesto dos Policiais Militares, Bombeiros e Policiais Civis.

Naquela mesma sexta-feira, a apreensão chegou à Serra, com comerciantes baixando as portas em plena tarde em Bairro de Fátima e Hélio Ferraz. Com o terror se espalhando a cada nova notícia, houve quem relacionasse a escalada de violência à insatisfação das forças de segurança e uma suposta greve branca na PM. O governo disse se tratar de fake news e reiterou que a PM estava em plena atividade.

Se houve nova tentativa de aquartelamento, pelo menos até quinta-feira (20), o fato é que o governo Casagrande saiu-se melhor do que a gestão Hartung e conseguiu frear o movimento. A situação é delicada, ao ponto de o Ministério Público Estadual alertar, na última terça (18), as associações de policiais militares e civis sobre a ilegalidade de atos que atentem contra a ordem pública.

É legítima a reivindicação da base da tropa (sobretudo soldados e cabos) sobre reajuste salarial. São homens e mulheres de baixa patente que enfrentam no dia a dia a violência e atendem a população, muito embora os PMs tenham vantagens que não são extensivas aos trabalhadores comuns segurados pelo INSS. Bônus justo a quem tem o ônus de estar em profissão arriscada e degradante.

Sabiamente, a Constituição não dá direito de greve a PMs. Bons policiais têm de ser valorizados. Os maus, punidos. Do contrário, a instituição Polícia Militar se desvirtuará.

O que aconteceu em fevereiro de 2017 no Espírito Santo trouxe resultados humanitários e econômicos trágicos. Perigou e periga se espalhar para outros estados. Mirem-se no exemplo do Ceará, onde ontem (20) policiais amotinados impuseram toque de recolher e se envolveram em confusão que acabou com o senador Cid Gomes (PDT) baleado. Isso é inaceitável. Ameaça de instauração da barbárie não pode ser o modus operandi da PM nem de nenhuma outra instituição ou categoria profissional para pedir melhorias salariais.

 

 

 

Redação Jornal Tempo Novo

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