Conceição Nascimento
Ainda com a possibilidade de recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado na última quarta-feira (24), em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão. Lideranças políticas do PT na Serra estiveram em Porto Alegre para acompanhar o julgamento. Segundo eles, o processo foi marcado por interferências políticas, defendem a intervenção de cortes internacionais no caso e dizem que Lula será candidato.
A decisão é da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4, e a orientação dos desembargadores é de que o início da pena seja cumprido em regime fechado. A acusação contra o petista é de corrupção e lavagem de dinheiro, e o recurso do presidente foi rejeitado pelos três desembargadores responsáveis pelo caso. A condenação tem impactos em uma eventual candidatura do petista à Presidência da República em 2018, uma vez que ele poderá ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Petistas ouvidos pela reportagem apontam que o julgamento é político e que a candidatura de Lula está mantida.
“Não vamos parar e vamos operar pelo campo jurídico internacional. Queremos realmente que Lula seja candidato em 2018. Juristas internacionais têm apontado à possibilidade de uma manobra política contra o ex-presidente”, disse o vereador da Serra, Aécio Leite.
O deputado federal Givaldo Vieira (PT) disse que “o objetivo da condenação é político, de retirar Lula da disputa eleitoral” e disse que o PT não terá outro candidato a presidente. “reafirma que o Lula será o candidato do PT às eleições. Não tem outro”, disse.
A secretária de Direitos Humanos e Cidadania da Serra, Lourência Riani, disse que é um momento não democrático do Judiciário brasileiro. “Uma Justiça seletiva, que no mesmo dia que condena o Lula, arquiva o processo contra o Serra (José Serra, senador). Tínhamos expectativa de que acontecesse algo novo diante da pressão internacional. É uma condenação política para não permitir que Lula seja candidato à Presidência da República”, avaliou Lourência.