Por Yuri Scardini
Em pouco mais de um mês, o governador Paulo Hartung (PMDB) emplacou três situações políticas expressivas. No fim de agosto, o prefeito de São Paulo João Dória, que faz movimentos presidenciais, afirmou que “Hartung numa chapa presidencial agradaria qualquer um”. No início de setembro, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que vê com simpatia uma dobradinha com Hartung na vice em uma possível chapa presidencial. E na última semana, o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, afirmou que está em curso uma articulação para fazer de Hartung governador do Rio de Janeiro.
O que se sobressai em todas as situações é a ideia de um governador economista, que diferente dos vizinhos, consegue com maestria driblar a crise econômica brasileira. Este deve ser um eixo de sustentação eleitoral do governador para 2018.
Visando a reeleição, o governador discursa de fora para dentro. À medida que tanto presidenciáveis quanto a imprensa nacional o enaltece, Hartung cria um discurso que começa fora do ES, mas que tem por objetivo atingir o eleitorado capixaba, desqualificando os outros possíveis candidatos e jogando-os à vala comum da política. Afinal, quem poderia enfrentar esta severa crise, a não ser o “governador economista preferido pelo Brasil como um exemplo de gestor”.
Além do marketing, há verdades por aí, as contas do ES estão equilibradas, e os salários em dia. H
á um ano da eleição o marketing do governador toma contornos marcantes, e vai emplacando no subconsciente dos capixabas. E seus possíveis candidatos? Resumem-se a um frágil discurso, suprimidos pelo poder da máquina.
Exemplos? Com um partido encolhido, o ex-governador Casagrande (PSB) se resume a desqualificar a gestão Hartung, e enaltecer a sua própria, sem eco junto ao grosso da população. A senadora Rose de Freitas (PMDB) se esconde atrás de prefeitos desgastados com a crise, e a um ano da eleição mal tem discurso. O prefeito Audifax Barcelos (Rede) tem uma máquina 16 vezes menor que Hartung, dispõe de uma estrutura partidária pequena e não se pode fazer valer da doença que ajudou se reeleger na Serra, isso não pode ser marketing de candidato a governo.