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Pandemia de coronavírus leva corrida a máscaras e álcool em gel na Serra

Funcionário de loja especializada em Laranjeiras mostra itens de proteção. Foto: Ana Paula Bonelli

O Espírito Santo confirmou, na tarde da última quinta-feira (12), mais um paciente contaminado com o novo coronavírus. O homem, que não teve suas informações pessoais divulgadas, é morador de Vila Velha e chegou recentemente de uma viagem que fez à Inglaterra. Na Serra, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) não está passando informações sobre possíveis casos suspeitos na cidade, mas diz que, em relação à prevenção, segue determinações do Ministério da Saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já elevou o problema à condição de pandemia.

A confirmação do segundo caso suspeito no estado foi feita pelo governador Renato Casagrande (PSB) na saída de uma coletiva de imprensa. Com dois casos confirmados, o ES ainda investiga outros 34 capixabas que estão com suspeita do Covid-19, nome dado à doença que já matou milhares de pessoas em outros países. Dos 34 suspeitos, 26 deles estão nas cidades da Grande Vitória.

As secretarias de Saúde municipal e estadual não passam detalhes sobre os pacientes e nem de qual cidade eles são. A medida, segundo as pastas, é para preservar as vítimas e suas famílias. Em todo o Brasil, até o início da noite de ontem (12), eram 77 casos confirmados, sendo que um deles é o secretário de Comunicação Social do Governo Federal, Fábio Wajngarten. A notícia fez com que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) também entrasse na lista de pessoas que estão sendo monitoradas pelo risco de ter a doença, uma vez que o chefe do Executivo nacional esteve em viagem recente aos EUA acompanhado por Wajngarten.

A pandemia ganha corpo e já ameaça diversas atividades. O Ministério da Educação (MEC) está estudando mudar a data das férias escolares, mas ainda não há nada definido. O TEMPO NOVO, na tarde de ontem (12), entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação da Serra (Sedu), que informou que vai ouvir atentamente e seguir todas as orientações e recomendações dadas pelo Governo Federal.

Questionada sobre a possibilidade de suspender as aulas na cidade por algum período, assim como foi feito em Brasília, a Sedu não negou o possível fechamento das escolas. Por meio de nota, disse que as unidades escolares “já orientam em relação à higiene das mãos e ações para prevenção de doenças por meio de projetos e atividades pedagógicas”.

A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) já pediu quarentena a alunos, professores e pesquisadores que estiveram recentemente no exterior. Um dos hospitais de referência para tratamento de pacientes com a doença é o Jayme Santos Neves, em Laranjeiras II.

Corrida para compra de máscaras e álcool em gel

Loja especializada em materiais cirúrgicos e de assepsia para esses procedimentos, a Cirúrgica Capixaba passou a ser muito procurada por pessoas em busca de máscaras e álcool em gel. Quem conta é João Manoel, proprietário da loja localizada em Laranjeiras.

“Até para comprarmos está difícil, porque o próprio fornecedor está limitando a quantidade de venda. Produtos como máscaras, que antes comprávamos lotes de 300 a 400 caixas, hoje consigo comprar apenas três. E o valor triplicou, tanto para venda quanto para compra. Estamos conseguindo manter o álcool em gel e temos para vender, mas a procura aumentou também”, destaca João.

Segundo ele, uma máscara já está saindo a R$ 17,90 para o consumidor e um litro de álcool em gel, a R$ 29,90.

Dicas de prevenção à doença  

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas, estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, respeitando os cinco momentos de higienização. Se não houver água e sabão, usar um desinfetante à base de álcool para as mãos.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com sintomas de gripe ou com a doença confirmada.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Serrano que vive na Itália relata caos

Esdras, era morador da Itália, e agora reside na Itália. Foto: Arquivo pessoal

Um serrano está vivendo no meio do caos gerado pelo novo coronavírus na Itália. Com sua rotina toda modificada por conta das exigências do governo italiano para evitar a propagação da doença, Esdras Maddalon tenta se adequar às novas regras. O músico ainda teve muitos compromissos de trabalho cancelados e, como estava de viagem a outra cidade do país, não pode voltar para Milão, onde reside atualmente.

O músico explicou que durante o Carnaval foi para as montanhas do norte do país encontrar sua namorada, que é italiana. Como a disseminação do Covid-19 se agravou, ele teve que ficar na cidade de Varzo. O músico teve que cancelar agendas por causa das restrições impostas pelo país.

O governo da Itália decretou isolamento total no país, que é o segundo mais afetado no mundo pelo coronavírus, e a orientação é para que a população fique em casa. O primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciou, na última segunda-feira (9), que toda a Itália é considerada “zona vermelha”. Grandes eventos que teriam muita aglomeração de pessoas também foram cancelados, assim como é proibido viajar de uma cidade para outra.

Esdras Maddalon afirmou que as regras mudam todos os dias e a população tem que ficar atenta. “A mudança de medidas é diária. Hoje mesmo fiquei sabendo que todos os comércios serão fechados. Estarão abertos apenas supermercados e farmácias. Alguns transportes também foram cancelados. É um caos total. A gente vive um verdadeiro ‘toque de recolher’ por causa desse novo vírus.”

O serrano ainda disse que para sair de casa tem que ter uma autorização. “Eu vivo da música. Ganho por concertos que faço e também pelas aulas que dou nas escolas. Geralmente meus eventos são em teatros, que foram os primeiros lugares a serem fechados. Não estou passando necessidades porque tinha um dinheiro reserva. Estão deixando sair de casa apenas por emergência”, completou.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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