Categories: Meio Ambiente

Os serranos que viraram guardiões do Mestre Álvaro

Os ativistas Bismarck, Junior e Edson : dedicação à preservação de plantas, animais e do turismo sustentável no principal símbolo natural do município da Serra. Foto: Edson Reis

Ana Paula Bonelli

Mesmo com todas as adversidades, a Serra possui pessoas que dedicam seu tempo à preservação do Mestre Álvaro. Os ativistas ambientais Junior Nass, Orlando Magnago, Edson Reis, Bismark Alves Ferreira e Rodrigo Roger são alguns dos guardiões do monte que é riquíssimo em fauna e flora por abrigar uma das últimas áreas de Mata Atlântica de altitude do Espírito Santo: 833 metros.

Da Ong Amigos do Mestre Álvaro, Bismark Alves Ferreira, de Laranjeiras,frequenta a montanha há 30 anos. “Fazemos trilhas ecológicas, promovemos educação ambiental com palestras e subidas ao topo. Catalogação de fauna e flora e fiscalizamos. Denunciamos desmate, desvio de água e caçadores. Eu trato o Mestre como meu quintal, é um santuário ecológico e o melhor lugar do mundo. Quero preservar para que todos possam usufruir dessa riqueza”, frisa.

Desde a infância Junior Nass, da Serra-Sede, sobe o Mestre Álvaro. O ativista conta que foi a partir de 2012 que intensificou seu trabalho na montanha. “Comecei tirando fotos de pássaros, depois me aprofundei. Cliquei preguiça, ouriço, tamanduás, bugios, serpentes, além de muitas espécies de plantas. Temos grupos que ajudam na identificação, o biólogo, Diogo Koski, é um deles, ajuda com os anfíbios e répteis. Temos  registradas mais de 200 espécies de aves, mais de 14 de répteis, 15 anfíbios e estamos atrás de mais. Este ano meu foco principal é cuidar, fazer limpeza das grutas, além de ajudar a combater a caça”, explica.

Já Orlando Magnago, do grupo Guardiões do Mestre, frequenta o local há 20 anos. “Eu vinha a lazer, mas passei a me preocupar com a preservação, com o potencial turístico, com a riqueza da fauna e da flora que o morro tem. Têm uns 15 anos que venho só para recolher lixo. Procuro armadilhas de caça e destruo. Já vi paca, tamanduá, saruê, só veado e onça pintada que não vi ainda aqui no morro”, declara o ativista que está acampado no morro neste momento.

Luta contra loteamento em alagados e turfa

Do Grupo de Proteção Ambiental Mestre Álvaro (GPAMA), Rodrigo Roger é outro que se dedica à preservação do Mestre Álvaro. Ele e seus parceiros do GPAMA são do bairro Jardim Tropical. Comecei a subir o morro há 35 anos e desde 2001 atuamos com a Ong. “Recolhemos lixo, resgatamos animais feridos, reintroduzimos plantas arrancadas indevidamente, fazemos guiamento de visitantes e trabalho de conscientização, além de ajudar a combater incêndios e outras formas de degradação ambiental”, explica.

E uma dessas ações, conta Rodrigo, foi pressionar os políticos da cidade por conta Projeto de Lei que abria caminho para loteamentos e ocupações nas áreas alagadas e de turfa no entorno do Mestre Álvaro. “Isso foi em 2016. Conseguimos que o prefeito vetasse o PL que havia sido aprovado pelos vereadores e na Câmara pressionamos para que o veto não fosse derrubado. Felizmente deu certo”, frisa.

Outro que se dedica a preservação do monte é Edson Reis do Instituto Mestre Álvaro. “Faço fotos de animais e plantas, além de ajudar a monitorar a floresta. Já ajudei apagar fogo na mata, resgatar animais e fico de olho nas possíveis irregularidades que as pessoas possam querer cometer ali dentro. Queremos preservar o monte para que gerações futuras possam ter acesso às riquezas oferecidas pelo Mestre”, conclui.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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