Eci Scardini
Há chance do eleitor ter um ingrediente novo nas eleições municipais de outubro próximo. É que o pleito local pode vir casado com uma eleição para presidente da República, que só deveria acontecer em 2018.
Ocorre que com o país naufragado em uma profunda crise política e econômica, com o governo e o PT e o PMDB acuados com denúncias de corrução que não param de crescer, a saída que se vislumbra nas altas rodas em Brasília é uma cassação em ‘massa’ de mandatos eletivos.
Por estar mais adiantado, o primeiro que pode ter a cabeça levada à guilhotina é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), pelas inúmeras denuncias que pesam contra ele. Se o peemedebista cair e for substituído por um presidente mais equilibrado e ‘leve’, as condições para a cassação da chapa Dilma/Temer, sob a acusação de uso de dinheiro proveniente de empresas envolvidas no esquema de corrupção dentro da Petrobras, o ‘Petrolão’, ficam mais favoráveis.
Assim o presidente da Câmara assumiria a presidência da República por 90 dias e nesse período seria convocada uma eleição extraordinária para ocupar os respectivos cargos até o final de 2018.
Não é impossível que as decisões sejam tomadas de forma a coincidir os prazos para que as duas eleições sejam realizadas simultaneamente. Segundo um parlamentar federal do Espírito Santo, essa tese não está posta ainda para a opinião pública, mas internamente no Congresso Nacional e entre a alta cúpula do Judiciário é quase consenso. Segundo ele há um entendimento da necessidade de tomar medidas mais radicais e urgentes para que o país recupere a estabilidade política e ai sim, retome o seu crescimento econômico.
Se isto acontecer será necessário refazer todos os prognósticos que estão sendo feitos nesse momento para as eleições municipais.
Lucros e prejuízos para caciques locais
Aqui na Serra, por exemplo, uma candidatura de Marina Silva à presidente, pelo Rede, possivelmente coligado com o PSB, daria um gás na campanha à reeleição do prefeito Audifax Barcelos. Vandinho Leite também seria beneficiado com a candidatura do senador Aécio Neves, pelo PSDB.
Outro possível candidato a prefeito que teria uma âncora a nível nacional para a sua candidatura é o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), que possivelmente terá Ciro Gomes como candidato a presidente. Mas o partido fundado por Brizola sofre um forte desgaste por fazer parte da base aliada da presidente Dilma e se postar ao lado do PT, atacando a oposição.
Ciro Gomes inclusive já se colocou à disposição para encabeçar uma chapa com o PT na composição. Se isso vier a acontecer, certamente Vidigal terá que conviver com a grande rejeição que é hoje estar junto ao PT e a Dilma e a Lula.
Quanto ao deputado federal Givaldo Vieira, do PT, o mercado nem o enxerga como pré-candidato a prefeito.
Para o presidente do Sindicato dos Servidores, Osvaldino Luiz Marinho, do PRTB, que é outro pré-candidato a prefeito, também seria bom uma eleição casada, pois ele poderia andar pelas ruas da Serra com o candidato a presidente do partido, Levi Fidelix, que é sempre polêmico e não tem medo de expor seus pontos de vista.
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