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Oba, o rejeito da Vale é nosso!

Por Yuri Scardini

Firmado no ano passado, o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) entre Vale, Prefeitura de Vitória, Governo do ES, Ministério Público Federal e Estadual, deve dar ainda muito pano pra manga. Isso porque, mais uma vez, para a Serra deve sobrar os passivos.

A TCA trata-se da parte mais ao norte da praia de Camburi, que desde 1969 recebe parte da poluição de resíduos vindo do Complexo de Tubarão. Por lá, o minério se misturou à areia e recebeu a alcunha de “Praia de Ferro”. A Vale terá que retirar esse passivo de Camburi, (uma área de 36 mil m²), além de construir uma complexo esportivo de 20 mil m² próximo ao local. Inclusive as obras estão previstas para começar ainda nesse mês de março. Aos olhos dos mais desatentos, pode-se parecer uma vitória frente às responsabilidades históricas da empresa poluidora, mas não é bem assim, ainda mais para a Serra.

Este acordo, muito criticado por entidades ambientais, extinguiu uma Ação Civil Pública (ACP) de autoria do Ministério Público Federal que previa ações mais duras e contundentes contra a empresa, como indenizações, recuperação do local e interrupção da continuidade da poluição da praia e do mar. Ademais, o material que será retirado compreende apenas o que está na superfície, o minério depositado no fundo do mar, deve permanecer por lá. E o pior, o material contaminado parece já ter um destino certo: a Serra.

As fontes oficiais ainda não confirmaram isso, mas fontes muito próximas de onde transita os processos, afirmam com veemência, que tal material será depositado aos pés do Mestre Álvaro, num aterro de propriedade da empresa Manancial Projetos e Consultoria Ambiental. Localizada em Nova Carapina e vizinho ao bairro Pitanga e próximo as nascentes da Lagoa Jacuném e do Canal dos Escravos, o aterro recebe resíduo das empresas de beneficiamento de rochas ornamentais e é o local encaminhado para receber tais resíduos da Vale.

A Vale, que em 2012 recebeu Oscar da Vergonha, com o título de pior multinacional do mundo (Public Eye People’s), novamente dá sinais claros de descaso com a Serra, que nem sequer foi perguntada sobre esse TCA ou mesmo informada de que se tornará depósito de resíduos tóxicos da inglória empresa.

 

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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