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OAB-ES “privilegia poucos”, é “arcaica” e cada vez “mais política”, diz advogada Erica Neves

A advogada Erica Neves é uma das expoentes do movimento ‘OAB que queremos’ e desponta como pré-candidata a presidente da instituição. Foto: divulgação.

A advocacia capixaba está cada vez mais próxima de passar por um novo processo eletivo para a escolha do novo(a) presidente da OAB-ES (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Espírito Santo). Pensando nisso, o TEMPO NOVO conversou com a advogada Erica Neves, que vem despontando como pré-candidata ao cargo de presidente da instituição, sobre alguns temas de relevância para a advocacia.

Erica é uma das expoentes do movimento ‘OAB que queremos’, que busca renovar algumas práticas da instituição. Ele defende a modernização da OAB – que de acordo com ela ainda é “arcaica”; aponta interferência política na instituição; e cobra mais transparência, inclusive com o fim do cartão corporativo; entre outros.

O que move a sua paixão pela advocacia?

A advocacia é uma profissão que traz soluções para os mais variados problemas que as pessoas e as empresas podem passar ao longo de toda a vida. Hoje em dia ainda consegue encontrar soluções mais rentáveis e atua muito na prevenção, se colocando neste momento como investimento rentável a qualquer cliente. E este sentimento de contribuição para a vida da sociedade nunca deixa de existir na vida de quem escolheu exercer a profissão.

“Precisamos colocar a OAB a serviço da advocacia e não ao contrário. Isso se faz com mudança completa da estrutura de pensamento do gestor”, diz Erica Neves

Esta mudança do perfil e da nossa atuação me motivam demais, os jovens estão entrando com uma advocacia mais dinâmica, mais digital, com mais ímpeto de empreender de novas formas, com mais visão e ferramentas empresariais para seus escritórios e com mais modernidade até na forma de se colocar disponível no mercado. Sou uma apaixonada por evolução, e aos vinte anos de profissão poder participar disso, incentivar, evoluir e sair do formato padrão anterior, é maravilhoso. Tudo isso me move.

Qual o papel da OAB para fortalecer a advocacia capixaba?

O papel da OABES é ser parceira da advocacia em tudo e em todos os posicionamentos pensar na advocacia em primeiro lugar, é acompanhar os tempos atuais e prover a advocacia das atualizações e ferramentas que visem à inserção do mercado de hoje em dia, e claro, manter diálogo institucional em favor do exercício da nossa profissão e das nossas prerrogativas em qualquer nível. Os interesses e receios pessoais de quem dirige a Ordem devem ser extirpados!

O que é o movimento ‘OAB que queremos’?

Será uma opção de escolha para a advocacia ano que vem, porque o que temos hoje não é o que parte da advocacia quer e precisa da sua instituição de classe, uma OAB que privilegia poucos, que está num modelo arcaico há muitos anos e cada vez mais política, parece que temos um político e não um advogado e gestor à frente da nossa OAB, a pessoalidade é explícita, o formato político e o populismo das ações são bem claros, estão todos percebendo e criticando. Até inventando comissões sem nexo e sem objetivo com a expectativa de garantir reeleição com a “honraria” concedida a alguns advogados, o que para mim é uma covardia com a classe.

Em termos de ações objetivas, quais sãos as propostas?

Precisamos colocar a OAB a serviço da advocacia e não ao contrário. Isso se faz com mudança completa da estrutura de pensamento do gestor. Primeiro não pensar em reeleição, isso garante uma infinidade de mudanças na postura e nas ações. A instituição precisa ser completamente transparente e isso se faz em todos os níveis e em tempo real hoje em dia! A OAB-ES hoje é toda digital e já está com estrutura para isso. Acabar com esse cartão de crédito corporativo de forma imediata, isso nunca existiu antes, porque temos que ter rigidez e controle com as despesas.

“Os jovens hoje não estão com empatia nenhuma com a OAB, percebem as ações populistas e programas que não resultam em nada de melhora na nossa profissão”, dispara.

Podemos mudar os conceitos na ESA e das Comissões em seus objetivos e formatos atuais. Outras OAB dispõem de sistemas de gestão disponível e gratuito, cursos de instituições qualificadas em áreas como empreendedorismo, negociação, modelos de gestão, marketing e relacionamento com clientes, recursos e relacionamentos humanos, responsabilidade social da empresa, oratória etc. É possível e cabível uma gestão descentralizada além de orçamento participativo. Enfim, são muitas mudanças para trazer uma OAB parceira e útil à advocacia.

 Qual a relação da Jovem Advocacia com as mudanças que este movimento pretende?

A jovem advocacia precisa ser mais atendida pela OAB, e não no sentido de massa de votos com programas populistas que ajudam meia dúzia de conhecidos e divulgam como se fosse a solução, mas na verdade eles estão desistindo da profissão. Precisa ter projetos que atendam a todos, para que eles estejam preparados, saibam tomar boas decisões analisando as oportunidades de mercado e comprando-as, sabendo iniciar seus escritórios de forma correta, segura, com gestão, que os coloque à frente das tecnologias para o mercado atual. Os jovens hoje não estão com empatia nenhuma com a OAB, percebem as ações populistas e programas que não resultam em nada de melhora na nossa profissão. São jovens muito mais conectados, críticos e questionadores do que nós fomos diante da OAB, devemos respeitar isso e levar uma OAB mais moderna e atual em suas práticas administrativas, porque eles estarão presentes e com empatia nas transformações que participarem.

Sobre a eleição da OAB:

Pelo regimento da instituição, a eleição da OAB deve acontecer na segunda semana de novembro de 2021. No entanto a data será definida por cada seccional.

Sobre a advogada Erica Neve:

Advogada graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), especialista em Direito do Estado e em Direito do Consumidor pela Universidade Gama Filho, Erica Neves é sócia fundadora de seu escritório de Advocacia e Consultoria, além de ter atuado na Ordem dos Advogados, como membro da Comissão Nacional do Direito do Agronegócio (2016- 18), Presidente da Comissão de Fiscalização e Propaganda (2016- 17) e Secretária Geral Adjunta (2016-08).

 

Redação Jornal Tempo Novo

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