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“O PSB não soube ser governo e nem vai saber fazer oposição”

O deputado reconhece a força da polarização Audifax X Vidigal, mas acha que o eleitor pode surpreender. Foto: Bruno Lyra

Aos 35 anos, o administrador Vanderson Leite (PSB), o Vandinho, acumula na sua trajetória mandatos de vereador, de deputado estadual e a função de secretário estadual de Esportes, no governo de Renato Casagrande (PSB). Vandinho era uma das apostas do mercado político para figurar entre os mais votados nas eleições de 2014, quando disputou as eleições de deputado federal, mas amargou a derrota, mesmo obtendo 88.506 votos. Nesta entrevista ele comenta o resultado das eleições e seu futuro político.

Qual o balanço da sua atuação como deputado?
Em 2004 fui eleito o vereador mais jovem. Disputei as eleições de deputado estadual, quando alcancei 20.521 votos. Na Assembleia discutimos passe livre do ensino médio, melhoria na infraestrutura das escolas e questões ligadas aos bairros do município. Fui reeleito com 38.548 votos e chamado para ser secretário de Esporte do governo Renato Casagrande, onde fiquei durante 03 anos e três meses, e levamos obras e projetos para todo o Estado. Disputei as eleições para deputado federal e tive 86.506 votos, fiquei entre os mais votados, mas não me elegi.

E qual avaliação faz do processo eleitoral?
Sempre achei que Vidigal seria o mais votado. Entre o segundo e o sexto colocados, as votações são bem semelhantes. Minha votação foi histórica, pois os mais votados são ex-prefeitos de cidades grandes. Em alguns casos tinham apoio do partido; o único que não teve apoio nenhum fui eu.
O que faltou para ter um pouco mais de apoio de colegas do partido?
Eu não vou citar nenhum tipo de apoio individual que eu tive ou não tive. Cada pessoa tem sua consciência e ninguém é obrigado a apoiar ninguém. Daqui a quatro anos haverá outra eleição, e a população vai avaliar tudo.

Acha que faltou empenho do PSB com sua candidatura?
Não é questão de empenho, eles definiram quem era prioridade. Mas isso passou e faz parte da política, eu estou olhando pra frente. Não era minha ideia ir para o PSB, mas fui convidado pelo governador. A minha permanência na legenda passa por avaliar o futuro e voltar a discutir os passos políticos com meu grupo aqui na Serra.
O governo Casagrande é bem avaliado, no entanto ele perdeu a disputa pelo governo. O que houve?
O que mais saiu errado foi o posicionamento do partido. Casagrande se organizou, mas o PSB não soube lidar com o poder e puxou o governador para trás. Muitas das críticas ao governo saíram do partido, que não teve habilidade com os outros partidos.

O senhor fez duras críticas à postura do governador, ao sancionar a proposta de venda de bebidas alcoólicas em estádios…
Desde o início eu disse que era contrário ao projeto, assinado pela deputada Lúcia Dornelas (PT). Avalio como um retrocesso.

Defende a reeleição na presidência da Assembleia?

Em outras esferas a reeleição é permitida. Meu posicionamento foi favorável à matéria, que permite a reeleição de uma legislatura para outra.

Sua trajetória é curta, mas ascendente. Já pode disputar as eleições pela prefeitura da Serra?
Isso tem de ser avaliado pela população e se a Serra ainda quer uma terceira via. Hoje tenho uma parceria com o prefeito Audifax Barcelos. Mas ainda preciso estudar o que vou fazer daqui a dois anos. Candidato ou não, participarei do próximo pleito.

E a disputa em 2020?
A cidade mostra uma polarização entre Audifax e Vidigal. Essa é a tendência da próxima eleição, e vamos ver como o eleitorado vai se portar. Se o mandato de Audifax for bem, e ele chegar competitivo às eleições, romper a polarização não vai ser fácil. Se não for bem, a população pode cansar um pouco.
A polarização hoje entre os dois pode atrapalhar a Serra?
Não é nesse formato que se constrói a política. Não sei se o embate prejudica a cidade, mas sei a população não avalia dessa forma. As pessoas têm de ter maturidade para saber o que é melhor para a cidade.

Audifax não conseguiu emplacar alguns dos seus candidatos em 2014, isso pode representar uma avaliação negativa do seu mandato?
Eu acredito que não, pois o candidato do PDT também não foi eleito. Isso não caracteriza a derrota do prefeito Audifax e dos deputados. Essa eleição não foi muito favorável a ele, e se a gestão tiver bons resultados as coisas vão melhorar em 2016.

Qual destino do PSB no Estado?

O presidente do PSB deveria ser alguém de peso. Pode ser o Renato Casagrande, o Audifax ou Foleto. O partido precisa de um novo rumo, precisa mudar e dar credibilidade ao movimento de reestruturação.

Como o PSB vai se posicionar em relação ao governo de Paulo Hartung?
Não sei se ficarei no partido, mas o PSB tem que fazer oposição. Tenho dito que o PSB não soube ser governo e nem vai saber fazer oposição.

E o seu posicionamento sobre o novo governo?
Exatamente não sei o que vou fazer, porque gosto de seguir o partido. Mas não vou ser oposição ao governo Hartung. Eu ainda vou buscar o que fazer ano que vem.
Acredita que pode assumir a vaga na Câmara federal?
Isso vai ser visão do Tribunal Regional Eleitoral. O Ministério Público Eleitoral deu parecer que me beneficia, mas não vivo acompanhando, buscando esse tipo de resultado.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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