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“O plano A é chapa completa de vereador e ter candidato a prefeito”

O partido tem pouco mais de 30 filiados, mas a meta é atingir 150 para inaugurar um diretório municipal e chegar organizado em 2020. Foto: Redação TN

“Cidadãos indignados com o baixo nível da política e convictos de que só reclamar não seria suficiente para mudar as coisas”. É assim que integrantes do Partido Novo da Serra se definem. Com planos arrojados, eles querem eleger vereadores e lançar até candidato a prefeito, mas ao mesmo tempo estão numa verdadeira corrida contra o relógio a fim de atingir a meta de 150 “filiados ativos” para inaugurar um diretório municipal e chegar organizados em 2020.

Aliás, essa é uma das várias novidades que o partido traz: para ser um filiado ativo, é necessária uma contribuição mensal. O valor? Exatos R$ 29,80. “Menos de R$ 30 para mudar o Brasil?! É um valor simbólico”, exclama Wesley Viera, um dos entrevistados e o jovem responsável pelo nascedouro do partido na Serra. Além disso, ele argumenta que o Novo veta o uso de dinheiro dos fundos partidário e eleitoral. “Dinheiro dos nossos impostos não é para financiar campanha”, defende Wesley.

Já o mantra partidário é claro, trata-se de um coletivo de pessoas que essencialmente defendem o livre mercado. Mas quando o assunto é a pauta de costumes, tais como aborto, casamento gay ou legalização da maconha, seus integrantes se mostram conservadores. “O partido não tem esse perfil”, defende Wilson Zon, empresário da Serra e representante da ala mais experiente do Novo.

Sobre a Serra, eles defendem um plano de investimentos regionalizado, especialmente em torno dos polos comerciais para fomentar o mercado interno do município e capacitar a mão de obra local conectada com a demanda do setor produtivo para “devolver” à Serra emprego e renda.

(TN) O nome do partido é autoexplicativo. Mas objetivamente, o que diferencia o Novo das demais siglas que justifique esse nome?

(Wesley Vieira) Todo filiado tem que estar de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Só isso já dá uma limpa nessa sujeirada da política. Outra coisa é a fidelidade ao mandato. Nosso estatuto amarra esse tema, o cara não pode ficar pulando de eleição de dois em dois anos. Para se filiar ao partido é necessária uma contribuição mensal de R$ 29.80. Menos de R$ 30 para mudar o Brasil. Muito pouco, é um valor simbólico; mas é preciso, uma vez que o Novo não aceita receber dinheiro público do Fundo Partidário e Eleitoral. Dinheiro dos nossos impostos não é para financiar campanha de partido nenhum.

Tem transparência sobre o uso desse dinheiro? Vocês sabem em que ele está sendo empregado?

Totalmente. Após a filiação, a pessoa tem acesso ao Espaço Novo, onde há uma prestação de contas aberta a qualquer filiado e é possível ter acesso a todo recurso aplicado. Mas voltando à pergunta sobre as novidades, tem também a obrigação dos nossos mandatários de reduzir despesas com cargos comissionados, custeio e diárias. Por exemplo, cada um dos nossos oito deputados federais reduziram de 25 para sete assessores. Posso citar também o processo seletivo interno para a escola dos candidatos; levamos em conta critérios como a capacidade profissional, o histórico, desenvoltura na abordagem, seu alinhamento ideológico com o partido, entre outros.

Todo partido têm seus mantras. Quais são os temas mais caros ao Novo?

Somos cidadãos indignados com o baixo nível da política e convictos de que só reclamar não seria suficiente para mudar as coisas. Nosso principal foco é o livre mercado. É um partido que entende claramente que a economia tem que ter liberdade para desenvolver. O mercado é o gerador de emprego e renda, e hoje a burocracia é muito grande em todas as esferas de poder. Defendemos o Estado mínimo e privatizações. O Estado precisa estar focado apenas em Saúde, Educação, Segurança e Assistência Social.

(TN) Essa forma de pensar é restrita à agenda econômica ou também vale quando o assunto é a temática de costumes? Tais como aborto, casamento gay ou legalização da maconha, só para citar alguns…

(Wilson Zon) Pego uma fala do Amoedo em uma entrevista ao Roda Viva: É um partido liberal na economia e conservador nos costumes. Porque de fato tem coisas que a gente não pode querer alçar; o partido não tem esse perfil. A questão do aborto não é algo que a gente possa trata com tanta liberdade; os costumes têm, com certeza, um grau de conservadorismo. Os líderes do Novo são pessoas que lidam de forma correta dentro do seu ambiente social e familiar. O valor inegociável do Novo é a liberdade com responsabilidade.

Como o partido tem avaliado o governo de Bolsonaro nesses três primeiros meses?

Bolsonaro não tem alinhamento com o pensamento do Partido Novo. Isso é público. Então, se o governo apresentar propostas boas, o Novo vai apoiar. Será pauta a pauta, tema a tema. Estamos fora daquele formato velho e cego de base versus oposição.

Trazendo a conversa para a nossa realidade local, como está o partido na Serra, quantos filiados e quais são as metas a serem batidas?

O Novo na Serra deu largada do mês passado para cá. Passamos dos 30 filiados ativos. A meta é alcançar 150 até o dia 31 de maio para estruturar um diretório municipal. Vitória já conseguiu. Estamos com ações de mobilização nas ruas e na internet. Vamos conseguir alcançar, sem dúvida, e chegar organizados e fortalecidos para a eleição de 2020.

Qual é a agenda do partido para a Serra, levando em consideração as características socioeconômicas do município?

Entendemos a Serra como a maior cidade do Espírito Santo, mas com uma população economicamente de menor renda, que tem suas demandas sociais muito fortes; mas também uma força industrial, empresarial, de comércio e serviços muito pujante. Temos que absorver essa mão de obra local para devolver renda e emprego à população e fazer girar a economia do munícipio. Então, desenvolver um amplo projeto de capacitação conectado com o setor produtivo, fomentar a geração de negócio e o empreendedorismo e levar para dentro dos bairros. A Serra é muito regionalizada; Porto Canoa é um polo; Laranjeiras é polo; Serra sede está buscando ser um polo; Jacaraípe, Novo Horizonte, Carapina são todos polos, temos que investir nas regiões potenciais.

Quais são os planos eleitorais do Novo para a Serra? Vão lançar candidatura a prefeito?

Não é impossível nós construirmos um projeto majoritário, que é candidatura a prefeito. A cidade quer isso, está cansada dos mesmos. Então, o plano A é ter chapa completa de vereador e prefeito. A Serra tem potencial para ser uma das maiores cidades do Brasil, mas precisa sair da mesmice.

 

Redação Jornal Tempo Novo

O Tempo Novo é da Serra. Fundado em 1983 é um dos veículos de comunicação mais antigos em operação no ES. Independente, gratuito, com acesso ilimitado e ultra regionalizado na maior cidade do Estado.

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