O enigma da educação

por Bruno Lyra

É quase um consenso de que a educação é uma panaceia. E se até meados do século passado poucos podiam ir à escola, com a urbanização e as políticas de universalização do ensino esse acesso aumentou nas décadas seguintes.

Nos últimos 20 anos isso se aprofundou. Com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), recursos para livros didáticos, merenda, transporte escolar, ainda na era do governo do PSDB. Cotas, políticas de financiamento na era PT. O orçamento da educação nos níveis federal, estadual e municipal é o maior, seguido pela saúde.

Na Serra, por exemplo, para este ano o custo estimado é de R$ 380 milhões, quase 40% do orçamento total da cidade. Sendo que 2/3 desse custo é para pagar os quase 7 mil servidores da pasta, do total de 11 mil servidores municipais. Cada um dos 65 mil alunos têm custo anual de R$ 5,1 mil. Proporção de custo que se repete em outros municípios.

Nunca o Brasil foi tão educado quanto agora. Paradoxalmente, cai o apreço pelas minorias, vemos um claro desmonte da rede de proteção social. O nível de intolerância aumenta. O cuidado com o meio ambiente cai. Empresários vêm a público, em todos os cantos do país, reclamar da falta de mão de obra qualificada. A violência e corrupção se espalham.

É também nesses últimos 20 anos que a internet chega pra valer e paulatinamente se populariza. Assim como em quase todos (senão todos) aspectos da vida moderna, a educação sofre o impacto.

Se antes a escola e o professor monopolizavam o saber, agora há ainda o agregado do turbilhão de informações acessíveis na tela de um computador e agora na palma da mão.

No entanto, o velho modelo ocidental permanece. Salas de aulas, alunos confinados nelas sentados, ouvindo e reproduzindo o conteúdo ditado pelo mestre ainda são a regra. E pouco há distinção nesse aspecto entre escolas públicas e privadas. As últimas, dos filhos das famílias mais abastadas, se resumem a treinar para vestibulares/Enem, salvo exceções.

O caminho para requalificar a educação no Brasil terá que ser inventado. E certamente não passará por escolas com ultra disciplina que copiam modelos bélicos cujo o foco é a guerra, caminho que certamente não sustenta o avanço da civilização e da permanente construção da paz.      

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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