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O efeito Vidigal

Yuri Scardini

Enquanto o governador Paulo Hartung (MDB) atrofiou a política local ao não anunciar oficialmente sua intenção de ser candidato à reeleição, um efeito cascata ocorre no mercado político da Serra. É grande a possibilidade do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) ser vice numa possível chapa com Hartung. Entre as muitas consequências eleitorais caso isso ocorra, estará algo absolutamente relevante: Se Vidigal deixar da disputa de federal, projeta-se que cerca de 100 mil votos estarão à solta na Serra, o que significa aproximadamente metade dos votos válidos.

Essa indecisão tem feito com que as lideranças políticas planejem suas campanhas sempre em dois cenários: um ‘com’ e outro ‘sem’ Vidigal na disputa. Se as costuras com PH não avançarem e Vidigal permanecer com o projeto de reeleição, isso fecha as arestas para diversas candidaturas, e possivelmente até candidatos de fora não devem se assanhar tanto para vir pra cá pedir voto. Agora, se Vidigal fizer a dobradinha com Hartung, o eleitorado da Serra para candidato a deputado federal vai se transformar no mais sedutor do ES.

Na prática o campo vai estar aberto. Mesmo que Vidigal lance sua esposa, Sueli Vidigal, muitos acreditam que essa transferência de votos não será fácil. Neste cenário, a família Lamas tem uma tendência de lançar uma candidatura, ou com o deputado Bruno Lamas (PSB) ou a ex-secretária de educação, Márcia Lamas. O mesmo vale para o candidato da Rede, Guto Lorenzoni. Ele vem articulando redutos fora da Serra, mas admite que sem Vidigal em seu caminho, abre-se uma avenida a seu favor.

Há quem acredite em um cenário pra lá de irônico. Sem Vidigal e com Sueli na disputa, militantes da Rede dizem que é possível pensar numa candidatura a federal da esposa do prefeito Audifax Barcelos (Rede), Mara Barcelos, que se filiou à Rede no prazo limite em março.

De qualquer forma, esse é uma decisão definidora na carreira de Vidigal. Se mantiver como deputado federal, acredita-se que no máximo, num cenário bem favorável, consiga voltar a condição de prefeito da Serra, posto que já ocupou três vezes. E correndo o risco de se caso não conseguir, ver praticamente encerrada sua trajetória.

Agora, se topar ser vice de PH são duas situações: Ou ganha a eleição e entra na linha de sucessão para o Governo, e estende sua carreira e toma a projeção estadual que sempre sonhou, ou perde a eleição, e esteriliza suas chances de ao menos voltar a prefeitura da Serra.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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