Uma técnica de enfermagem da Serra, que possui 57 anos e 16 anos de experiência na área, luta há anos para conseguir retornar ao mercado de trabalho, mas encontra grandes dificuldades. Trata-se de Angela Maria Lopes da Silva, moradora de São Patrício, que tem sofrido muito preconceito e discriminação na caminhada diária de busca de oportunidade de trabalho em hospitais capixabas.
Angela trabalhou como técnica de enfermagem por 16 anos em hospitais de muitas cidades capixabas. No entanto, precisou sair da sua última empresa em outubro de 2019 para cuidar de problemas pessoais. Em 2020, com todas as situações resolvidas, tentou voltar ao mercado de trabalho, mas se deparou com um cenário ao qual classifica ‘desfavorável’ e ‘desumano’: a experiência profissional sendo ofuscada pela juventude.
“Mesmo decepcionada, ergui a cabeça e comecei a enviar currículos para vários hospitais e nenhum deles se comunicou comigo. Enfim sofro preconceito e discriminação por causa da minha idade. Mesmo com a experiência profissional, eles não chamam para trabalhar somente por causa de não ser mais jovem”, desabafou.
E toda a luta em busca da volta ao trabalho tem trazido muita tristeza para Angela. De acordo com ela, a enfermagem é um combustível para sua vida e ela não quer desistir da sua profissão e, também, da sua vida.
“Confesso que essa incessante luta para voltar ao mercado de trabalho está sendo muito difícil, por razão de uma terrível e devastadora doença chamada ‘preconceito’. Ser discriminada é ter a dignidade ferida. É ser privado de um direito essencial: ter um trabalho. Quero deixar explícito a importância de minha profissão em minha vida: a enfermagem é meu combustível de vida”, disse.
A técnica de enfermagem ainda prosseguiu: “é o incentivo que tenho para dormir, acordar, levantar, ir à luta enfim, viver. Sem exercer minha profissão de técnico de enfermagem me sinto incompleta. Não posso e nem quero desistir da minha profissão técnico de enfermagem por razão da minha idade (57 anos), pois me sinto totalmente capaz. Não posso e nem quero desistir de mim”, finalizou.
Angela segue na luta por um trabalho e pede que, caso alguém tenha uma oportunidade, entre em contato com ela. O telefone é 27 98101-6414.
Situação não é única
A moradora da Serra não é a única trabalhadora a ser considerada com idade avançada para atuar em profissões. Situações semelhantes ocorrem em todo o Brasil com pessoas que possuem mais de 50 anos, segundo economistas.