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O custo silencioso das chuvas | Leia o editorial desta semana

Não está no planejamento dos entes da administração pública – até porque é difícil prever – os custos dos desastres das chuvas. Mas eles são significativos. Vide o exemplo do que vem ocorrendo nos últimos meses no Espírito Santo e em outras partes do país.

Só em janeiro, o prejuízo no ES com as chuvas foi de R$ 666 milhões, segundo o governo capixaba. O número representa danos às edificações públicas e privadas, além da infraestrutura, como estradas e pontes.

Um município até consegue mensurar o gasto necessário para reconstruir uma ponte ou muro de escola danificado pela chuva. Difícil é prever isso numa peça orçamentária. Assim como também é difícil prever queda de arrecadação decorrente da redução ou interrupção de atividade econômica causadas por chuva. Mas são custos silenciosos cada vez mais presentes.

E não vão dizer que ninguém sabia. Há décadas, a ciência alerta para a intensificação de desastres com superchuvas em decorrência das mudanças climáticas. E isso não é mais previsão para o futuro. É diagnóstico do presente e não há sinais de que vá retroceder nos próximos anos. Pelo contrário.

Tudo isso precisa ser considerado pelas gestões públicas. Não apenas nos orçamentos, mas sobretudo nas ações. E o Município tem papel central nisso, pois é o ente federativo com mais influência sobre a gestão das cidades, locais onde está a maioria das pessoas e onde os desastres naturais geram mais custo financeiro e humanitário.

Tapar, com concreto, um córrego sujo pode render votos na próxima eleição. Mas será um gasto quando a galeria transbordar na próxima superchuva. Asfaltar todas as ruas da cidade, em vez de pavimentar com blocos ou outras superfícies mais permeáveis, arrancará aplausos do incauto eleitor na inauguração. No entanto, vai custar caro com as enxurradas que provocará.

Outra coisa que muitos gestores adoram fazer e a conta, depois, sempre vem para todos: liberar construções em beira de cursos d’água, aterros em alagados ou dar escritura para imóveis em áreas de risco. Se o planejamento territorial das cidades – incluindo aí a nossa Serra – não se qualificar para encarar os desafios climáticos do presente e do futuro, seguiremos jogando dinheiro pelo ralo sem ter muita clareza disso.

Redação Jornal Tempo Novo

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