Um novo tratamento contra o câncer de colo de útero já é considerado o maior avanço em 20 anos de estudos sobre a doença. A solução consiste em um conjunto de medicamentos já disponíveis no mercado farmacêutico, utilizados antes da radioterapia.
Resultados de estudos revelados na conferência médica ESMO, que aconteceu na Espanha entre os dias 20 e 24 deste mês, mostram que a nova abordagem reduziu em 39% o risco de mulheres morrerem da doença.
A organização Cancer Research UK, que financiou a pesquisa, classificou os resultados como “notáveis” e espera que as clínicas em breve adotem o tratamento.
Para o estudo, 250 mulheres com câncer do colo do útero receberam o novo tratamento – um intensivo de seis semanas de quimioterapia com os medicamentos carboplatina e paclitaxel, seguido pelo tratamento “habitual” de radioterapia concomitante a quimioterapias semanais, conhecido como quimiorradiação. Outras 250 mulheres – o grupo de controle – receberam apenas a quimiorradiação habitual.
Cinco anos depois, 80% das mulheres que receberam o novo tratamento estavam vivas e em 73% o câncer não havia retornado e nem espalhado para outros órgãos.
“Essa é uma excelente notícia porque enquanto surgiam novas terapias para tratar diversas neoplasias malignas, o tratamento de câncer de colo de útero não apresenta avanços já há algum tempo. E o desenvolvimento dessa nova solução desponta como uma esperança para milhares de mulheres que enfrentam essa doença e para nós, médicos, que poderemos contar com uma terapia mais avançada e comprovadamente mais eficaz”, afirmou a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa.
No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de tumor maligno mais incidente entre as mulheres. Para este ano, foram estimados 17.010 casos novos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).