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Moradores denunciam aumento de casos de dengue, mas Prefeitura da Serra não divulga dados

Na Serra, moradores reclamam da falta de carro fumacê em diversos bairros. Foto: Ana Paula Bonelli | Arquivo TN

Em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus, outras doenças também continuam preocupando e adoecendo a população capixaba. É o caso da dengue, que segue crescendo na Serra e só este ano já infectou 4.379 moradores, voltando a ser uma ‘dor de cabeça’ para os populares. De acordo com eles, o carro fumacê da Prefeitura da Serra está circulando pouquíssimo nas comunidades e esse pode ser um dos motivos que estão fazendo mais casos da doença surgirem na cidade.

É preciso destacar que esse dado – de 4.379 casos – é do dia 23 de setembro, já que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), através da assessoria de imprensa da Serra, não retornou a demanda enviada pelo TEMPO NOVO na última quarta-feira (7). Na ocasião, a reportagem solicitou uma atualização sobre a situação da cidade em relação à dengue, mas até a finalização deste texto – dois dias depois – não obteve resposta.

Ainda de acordo com os dados recebidos em setembro, os bairros do município com maior número de casos de dengue são: Planalto Serrano, Feu Rosa, Novo Horizonte, Vila Nova de Colares, Taquara II, Vista da Serra I, Nova Carapina II, Jardim Carapina, Jardim Tropical e Taquara I.

Inclusive, é de Jardim Tropical – um dos com mais infectados – que vem a primeira reclamação sobre falta do carro fumacê. Segundo a moradora Elisangela de Souza, o veículo que tem como objetivo ajudar no combate aos mosquitos, inclusive o Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. “Aqui no bairro já fiquei sabendo de várias pessoas que pegaram dengue nesses últimos meses e não vejo fumacê passando por aqui. Acho uma falta de responsabilidade por parte da Prefeitura da Serra com os moradores”, disse.

Da mesma região, a moradora de José de Anchieta II, Maria do Carmo, também reclama. “Não é que não passa pouco. Na verdade, não tem nem vindo”, disse. Vale destacar que o bairro onde ela reside possui muitos lixões, ‘valões’ e até um ferro-velho, locais onde pode ser ainda mais fácil a procriação do Aedes aegypti.

Na região de Jacaraípe o mesmo problema acontece. “Vejo muitos casos de dengue ocorrendo aqui e quase nunca ações de combate. Tenho medo de um novo surto da doença como aquele que aconteceu em 2019, onde o medo tomou conta de nós. Tinha muita gente morrendo e vários infectados. Se não cuidarmos isso pode piorar”, afirma Bárbara Lopes.

Menos casos que no ano passado, mas preocupação é grande

Apesar do número de contaminados ser alto, é bem menor do que o registrado em 2019, quando no mesmo período, tinham sido 16.417 casos na cidade. Mas isso não significa que a doença ainda não é uma grande preocupação, o Brasil viveu uma epidemia da dengue, com vários surtos em diversas cidades, inclusive na Serra. Conforme apurado pela reportagem, felizmente, não houve nenhuma morte por dengue este ano na cidade. Enquanto em 2019, durante todo o ano, foram dez óbitos.

Prefeitura diz que denúncias de moradores não são verdadeiras

Por meio de nota, a Prefeitura da Serra se posicionou somente sobre a falta de fumacê. Disse que a informação não procede. Acrescentou ainda que a programação do carro fumacê segue normalmente e o veículo circula há cada 15 dias em todos os bairros da Serra, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde.

“Todos os bairros da região de Jacaraípe já receberam o fumacê nesta segunda (5) e terça (6) e já está programado o retorno para os dias 20 e 21. Em Laranjeiras Velhas o veículo circulou nesta quarta (7) e retorna no próximo dia 22. Em José de Anchieta esteve no dia 28 e retorna na próxima semana, no dia 13”, diz o texto da nota.

Em nota anterior, prefeitura diz que combate doença

Ao TEMPO NOVO, em nota enviada no mês de setembro, a assessoria de imprensa do Município afirmou que vem fazendo ações de combate à dengue para conter o avanço da doença. “(Estamos) desenvolvendo ações de educação e mobilização social intensas junto às comunidades com o objetivo de alertar e orientar sobre a limpeza de quintais e casas visando eliminar focos do mosquito”, afirmou a pasta por nota.

Ainda segundo a secretaria, são realizadas ações de aplicação de larvicidas nos quintais, valões, terrenos e pontos viciados, além do carro fumacê e o uso de bombas costais. A Prefeitura da Serra também pediu que a população denuncie focos da doença pelo disque-dengue pelo telefone 3228-5394.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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