Morador da Serra sofre com fumaça de incêndios à noite

Além do supercalor, do pó preto e outras fontes de poluição, moradores da Serra e de cidades próximas estão sofrendo com outra vizinha indesejada: a fumaça dos incêndios. Situação que pode gerar ou agravar problemas respiratórios e levar até à morte. Há quem diga que vem do solo de turfa no entorno do Mestre Álvaro. Há os que falam, porém, que a fumaça vem de fogo ateado em vegetação verde na Serra e até em outras cidades como Aracruz.

Na turfa, de fato, houve ocorrência. Na manhã da última terça – feira (26), o Corpo de Bombeiros combateu um incêndio em Cantinho do Céu, bairro vizinho de Jardim Tropical. Mas segundo a assessoria de imprensa da corporação a situação foi controlada ainda naquela manhã e, até à tarde de ontem (28), não havia registro de fogo na turfa, que é de difícil combate. Isso porque atinge o solo repleto de vegetação em decomposição, numa área que normalmente fica molhada.

Mas a fumaça continuou sendo sentida na noite e madrugada de quarta-feira (27), e no início da noite de ontem (28) podia ser notada em Laranjeiras. Segundo a assessoria dos Bombeiros, um incêndio foi combatido em área verde do bairro na quarta-feira.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) também negou que a turfa continuava queimando. Em nota divulgada pela assessoria, disse que a fumaça dos últimos dias não foi causada pela turfa. “Trata-se de fogo em vegetação, atendido pelo Corpo de Bombeiros. A Defesa Civil monitora a região da turfa e mantém contato com o Corpo de Bombeiros para obter informações atualizadas da situação local”.

A moradora de Nova Almeida Jana Tork relata que o cheiro de fumaça tem sido constante. “Na noite de quarta para quinta foi sufocante. Só consegui dormir às 5h da manhã. A fumaça cobre o bairro de madrugada, parece que vem também da região de Aracruz”, afirma.

Nas redes sociais, o morador de Jacaraípe Antônio Carlos Aprijo postou vídeo mostrando forte fumaça na noite de terça para quarta-feira no bairro. De Colina de Laranjeiras, Madalena Brito também reclamou do problema.

Em entrevista concedida ao Tempo Novo no início de fevereiro, a presidente da Sociedade de Pneumologia do Espírito Santo,Ciléia Martins, diz que tem observado um aumento em problemas respiratórios, principalmente com o calor e os incêndios.Ela explica que os mais afetados são crianças, idosos e alérgicos, e que a fumaça pode gerar complicações respiratórias e levar até à morte. 

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