Mesmo podendo ser “anistiado”, Audifax quer acareação com delator

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Audifax afirma que dinheiro foi fruto de doação legal para o PSB. Foto: Divulgação PMS/Jansen Lube
Audifax afirma que dinheiro foi fruto de doação legal para o PSB. Foto: Divulgação PMS/Jansen Lube

Após ser relacionado nas planilhas da Odebrecht por suposto recebimento de R$ 100 mil fruto de caixa dois para a eleição de 2012, o prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede) pode ter uma espécie de anistia. Isso porque o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot estuda a possibilidade de aplicar uma suspensão condicional dos processos ligados à Operação Lava- Jato, para políticos acusados exclusivamente da prática de caixa dois simples, que é o caso de Audifax.

Segundo informações divulgadas pelo delator Benedicto Júnior, Audifax teria sido beneficiado com recursos de R$ 100 mil para sua campanha pela Prefeitura da Serra em 2012, quando foi eleito pelo PSB, com 131.245 votos. Entretanto, o redista garante que os recursos são fruto de verba partidária e que não podem ser configuradas como caixa dois. Na ocasião, o prefeito disse em nota que entraria na Justiça pedindo acareação com o delator.

A suspensão condicional está prevista na Lei 9.099/1995. O investigado que aceitar o acordo poderá ser punido com pena alternativa, como prestação de serviços comunitários. Como isso, os políticos que se enquadrarem no acordo poderão voltar a disputar cargos eletivos, livres de possíveis impugnações de candidatura. 

Segundo o advogado Hélio Maldonado, a situação já existe, pois o crime de caixa dois é previsto no artigo 340, do Código Penal, como falsidade ideológica, que é a omissão ou apresentação de declaração falsa numa prestação de contas. “Haverá contrapartidas cumpridas pelo réu. Ao final de dois a quatro anos, é extinta a punibilidade”, explicou.

A assessoria do prefeito foi procurada para comentar o assunto, mas informou que Audifax Barcelos não vai falar sobre possibilidades. Acrescentou que o “pedido de acareação está mantido”.

 

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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