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Merendeiras de escolas e creches da Serra reclamam de péssima qualidade de marmita recebidas como almoço

Marmita de péssima qualidade, fria e revirada. As merendeiras que trabalham nos Cmeis (creches) e escolas municipais da Serra estão pedindo socorro. Isto porque a comida que é servida às profissionais vem do Centro de Vitória e quando chega ao destino final, segundo as colaboradoras, parece uma “lavagem”.

Para quem não sabe, as merendeiras, mesmo fazendo o alimento que é servido aos estudantes das instituições municipais, não podem comer da mesma comida. O almoço delas é entregue em forma de marmita via contrato com uma empresa terceirizada contratada pela Prefeitura da Serra.

A denúncia das merendeiras tomou voz na tribuna da Câmara da Serra, na sessão do último dia 1º de setembro quando o vereador Wellington Alemão (DEM) usou o espaço para defender a classe.

A denúncia foi feita pelo vereador Wellington Alemão. Foto: Divulgação

“Tenho visitado várias escolas e CMEI’s e a reclamação é a mesma. Tenho sido questionado pelas merendeiras, que fazem o alimento para as crianças, merenda boa, comida gostosa. Mas quando é a vez delas, elas reclamam que a marmita parece uma lavagem. Elas não podem comer o mesmo alimento que elas fazem para os alunos. Porque não pagam o Ticket Alimentação igual era antigamente ou oferecem uma comida descende para as funcionárias? Uma marmita dessa custa R$ 16, porque não o ticket?  Seria uma medida que ajudaria as merendeiras e elas trariam a própria comida de casa”, questiona Wellington que revelou ter orgulho de sua mãe que atuou como merendeira de escola.

Alex Bulhões também defendeu as merendeiras na sessão do último dia 1º. Foto: divulgação.

Outro vereador que deu voz a denúncia foi Alex Bulhões (PMN) que concordou com a reivindicação das merendeiras. “Também sou testemunha dessa marmita que vem lá de Vitória, então imagine como que ela chega em Nova Almeida que tem três CMEI’s e três escolas de ensino fundamental? Recebi a mesma reclamação das merendeiras e faço coro ao seu discurso, nobre vereador”.

Nas fotos expostas na sessão da Câmara é possível ver uma marmita revirada. Uma delas aparece um bife de frango empanado, arroz, beterraba, macarrão. Já na outra, dá para ver polenta, frango, banana, beterraba e couve.

O TEMPO NOVO conversou com uma merendeira que não quis se identificar. Segundo a trabalhadora, é humilhante receber uma marmita como as expostas na sessão da Câmara. “A comida vem completamente revirada e chega fria porque vem de longe. O ticket pra gente resolveria. É uma falta de respeito com nosso trabalho porque nos dedicamos a fazer uma comida gostosa dentro das possibilidades que temos para os estudantes”.

A reportagem procurou a Prefeitura da Serra para falar sobre o assunto. Por meio de nota, o município disse que a Secretaria de Educação da Serra informou que as merendeiras que trabalham no município são funcionárias de empresa contratada para prestação do serviço, responsável pelo pagamento de seus salários e benefícios como alimentação e transporte, por exemplo. Informou, ainda, que há legislação federal que proíbe o consumo da merenda escolar por parte de merendeiras, professores e outros funcionários.

A reportagem também tentou contato por telefone e por email do setor jurídico da empresa Soluções Serviços Terceirizados Eireli, responsável pela prestação do serviço que disse que a assessoria de imprensa da empresa entrará em contato com a redação. Assim que a empresa responder a demanda, a resposta será publicada neste espaço.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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