Uma médica da UPA de Carapina foi agredida por uma mãe de uma paciente na última quarta-feira (12). Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado do Espirito Santo (SIMES), a confusão começou devido a superlotação da unidade.
Com apenas dois plantonistas trabalhando no dia e não havendo mais cadeiras para os pacientes que continuavam chegando, as portas da unidade foram fechadas, levando os pacientes a revolta.
Por volta de meia noite, enquanto a médica atendia um paciente, a mãe de uma criança invadiu o corredor dos consultórios transtornada, arrastando a filha doente pelo braço, forçando as portas e xingando.
A médica explicou para a mãe a situação que UPA se encontrava, porém, de nada adiantou. A mãe, desesperada pela saúde da filha, continuou xingando e agredindo a médica verbalmente, arrancando cartazes das paredes.
A mãe estava desde às 18 horas na unidade, buscando o atendimento para a filha por mais de 6 horas corridas – segundo a médica, a criança tinha entre 2 e 4 anos. Assustada, a médica avisou que chamaria a polícia para garantir a segurança dos profissionais e dos pacientes presentes, visto que a segurança patrimonial se recusou a conter a paciente, alegando que o pai da criança estava do lado de fora do local, ”potencialmente armado e ameaçando os trabalhadores”.
O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo disse que insiste em buscar segurança para os profissionais da saúde. Já foram protocolados diversos ofícios para o Secretário de Segurança Estado e para a Prefeitura da Serra, na busca pela inserção de guarda armada nas unidades de saúde deste e outros municípios. O botão do pânico para os profissionais da saúde também é uma das bandeiras levantadas pelo Simes, contudo, os gestores continuam ignorando a importância da segurança para os profissionais da saúde.
A Prefeitura da Serra informa que foi feito Boletim de Ocorrência e que, na ocasião, havia vigilantes no local, mesmo assim a segurança foi reforçada. O paciente em questão passou por classificação e não foi considerado como de risco. No dia, cerca de 60% pacientes na espera não eram da emergência, que é especialidade da UPA. Visando melhor atender à população, a Prefeitura contrata novos médicos para reforçar seu quadro profissional nas Unidades de Saúde e nas UPAs. Desde janeiro deste ano, foram convocados mais de 180 novos médicos.