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MDB confirma que espólio de Hartung ficará com Ferraço ou Amaro Neto

O nome de César Colnago também chegou a ser cogitado como possível sucessor de Hartung, mas Lelo Coimbra descarta a possibilidade

O deputado federal Lelo Coimbra é presidente estadual do MDB. Foto: Reprodução Facebook

O anúncio da desistência de tentar a reeleição, feito na segunda-feira (9), pelo governador Paulo Hartung, deixou o seu partido, MDB,  órfão de um representante na disputa majoritária. Hartung não preparou um sucessor da legenda, e a opção agora é buscar uma liderança nos aliados PSDB e PRB, conforme explica o presidente estadual do MDB, deputado federal Lelo Coimbra.

Quais as deliberações do MDB após a desistência de Paulo Hartung de disputar a reeleição?

Estamos conversando; formamos uma base de 15 partidos, além de alguns partidos estão buscando em grupos distintos, conforme o interesse nas chapas proporcionais e majoritárias. É o caso do PSC e do PTB.
Não estamos dialogando com o PSB, PCdoB e PPS, que estão com Casagrande; Podemos e Rede, aliados de Rose de Freitas.
Quais são as agendas de agora em diante?
Com o anúncio do Paulo, decidimos fazer ato contínuo; nos reunimos com os partidos na segunda-feira (9) e tivemos um almoço na terça-feira (10). Eu e Ricardo [Ferraço-PSDB], participamos do encontro na segunda e autorizamos nossa representação no almoço. Haverá nova reunião no almoço de quinta-feira (12), com todos os partidos. Esses partidos ofereceram dois nomes, porque não podemos deixar o vácuo a dez dias do início das convenções.
Quais são os nomes com reais chances de representar esse grupo?
Temos dois nomes de competitividade, Ricardo Ferraço (PSDB) e Amaro Neto (PRB). Ambos se colocaram à disposição. Um jornal do Estado tinha colocado o César Colnago, também do PSDB. Ele até toparia se Paulo tivesse saído em abril, ele se tornasse governador e se viabilizado como candidato. Nós estamos neste momento estabilizando as bases do partido e os mantendo num movimento que nos permita ter uma alternativa, construir as coligações proporcionais e até o fim de semana apontar a candidatura do grupo.
O que pesa sobre um ou outro para ser o escolhido?
Os dois são pré-candidatos ao Senado, se evoluir para um dos dois vai avançar para uma aliança. Queremos finalizar isso na maior brevidade possível. O que vai pesar é o desejo de ambos, para substituir alguém na reta final é preciso se sentir confortável; que a base dê sustentabilidade com clareza. Hartung não quer se envolver com a escolha, mas se propôs a participar dessa eleição, só não quer indicar.
Por que o MDB desistiu de um indicar um nome em substituição a Hartung?
Não foi preparado um nome do MDB, Hartung colocou algumas opções de nomes, entre eles André Garcia, o nome não evoluiu. Outro nome é o meu, mas estou focado na Câmara Federal. Na avaliação de partido há performances melhores, um pelo perfil eleitoral e de gestão [Ferraço], e o Amaro pelo perfil eleitoral. Ricardo está em uma campanha majoritária, acaba sendo visto como alguém preparado.
O que levou Hartung a desistir da disputa pela reeleição?
O Paulo tá no terceiro mandato de governador, as pressões são muito grandes. Os dois primeiros mandartos foram de ajustes, equilíbrio fiscal e realizações; o terceiro foi de um ajuste mais severo, não deixou o Estado cair na crise nacional; pediu aos deputados que não votassem o orçamento 2015, que estava proposto. O desejo dele de não prosseguir disputando foi porque se envolveu muito com a política nacional. Mas foi solicitado pela base política, e a política nacional não evoluiu, ficou mais do mesmo, e ele foi demandado pela base politica a permanecer no Governo, se saísse em abril ficaria frágil o Governo. A ideia de não ser candidato sempre permaneceu na cabeça dele, até que se manifestou dizendo que não vai. Estamos neste processo neste momento e esperamos resolver brevemente.
Qual cenário que se configura com a saída de Hartung do pleito?
Temos um novo cenário, a primeira questão; o principal opositor do Paulo, Casagrande, montou toda sua estratégia no discurso anti-Paulo. Agora, vai ter que repensar sua estratégia. Deixa de ter uma polaridade; as pesquisas mostram os dois polarizados em 33%. Essa eleição está por ser construída. Um outro nome despolariza e essa é uma mudança importante, muda muita coisa.
O governador já avisou que não vai indicar nomes. Ele deve apoiar o escolhido do grupo?
Se  grupo construir uma alternativa, com um nome bacana e buscar o apoio do governador, pois ele já se propôs a avaliar, a eleição repontua e vamos ter disputa. Não significa que o Renato vai ter ‘céu de brigadeiro’. O Governo no momento central do ajuste se desgastou muito, de junho passado até agora, cresceu muito, as entregas começaram com rapidez e amplitude.
O PDT mantinha conversas com o MDB para uma possível dobradinha majoritária. Isso muda?
Está conversando conosco, Sérgio Vidigal foi um dos nomes apontados para participar desse processo; pode ser o potencial candidato, pode ser um nome importante para a construção majoritária. Em princípio não muda, mas depende do produto que nós gerarmos. O PDT fará sua convenção no dia 20, a partir dai começam as pressões sobre Vidigal, se o PSB/PDT se viabilizarem na nacional, ele precisa de uma âncora importante para não ser submetido a esse cenário. Na proporcional os problemas já existiam e continuarão a existir, precisamos de um protagonista majoritário para arbitrar no final. Temos 19 deputados donos de partidos; juntar tudo isso não é simples, rejuntar fragmentos não é simples.
PSDB e PRB têm nomes cotados para a disputa pela Presidência da República, Geraldo Alckmin e Flávio Rocha. Isso pode dificultar as costuras locais com essas legendas?
Nunca interferiu. Sempre lidamos com nossas movimentações locais fazendo a separação e respeitando cada partido. Paulo Hartung (MDB) e César no PSDB, a aliança nos levou pra campanha do Aécio Neves (PSDB); a maioria não queria a aliança do Temer com Dilma. Somos treinados porque a política brasileira se organiza regionalmente, somos partidos que respeitam os interesses locais.
Diante desse cenário, é possível que o grupo apoie o Jair Bolsonaro no Estado?
A chance é zero, se alguém quiser apoiar, apoia individualmente. Não tem nada a ver, [Bolsonaro] é o fruto da antipolítica e do sentimento de botar ordem na casa como se expressasse isso. O que ele expressa é a expressão militar pela via civil, e a baixa qualidade das suas manifestações.
Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 18 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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