Antes rico de peixes, caranguejos e outros mariscos, os manguezais de Jacaraípe quase desapareceram com a dragagem feita pela prefeitura no rio que leva o nome do famoso balneário.
Tanto que os mangues hoje se restringem a pequenas faixas na margem direita do rio na região do bairro São Patrício. E o pior, com o aprofundamento da calha do rio por conta da dragagem, iniciada em 2014 e ainda inconclusa, esses trechos de manguezais já não conseguem ser inundados com a maré mais alta.
Isso é tipo um golpe final, a água nem chega ao mangue que sobrou. Mas já vêm de uns quinze anos que a poluição do rio acabou com goiamum, siri, caranguejo-uçá. Peixe ainda tem, mas diminuiu a variedade. “Agora se vê mais tainha, caçari (um tipo de bagre) e tilápia”, conta a ribeirinha Joana D’arc da Silva. Ela vive há mais de 30 anos na beira do rio.
Responsável pela dragagem do rio, a Prefeitura da Serra disse que irá recuperar os manguezais. Ou pelo menos parte deles, uma vez que muitas áreas de solo lamacento foram retiradas para o alargamento do rio e implantação de urbanização numa das margens.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, há 8,1 hectares de manguezais ainda existentes na região. A dragagem gerou a destruição de quase 6 hectares de matas e mangues na beira do rio e é esta área que o município pretende recuperar na região.
“O município está buscando autorização dos proprietários das áreas inseridas na Bacia Hidrográfica para recuperação. É importante destacar que em alguns trechos foi observado que está ocorrendo regeneração natural do Manguezal”, disse a assessoria em nota.
A prefeitura prometeu ainda recuperar outros 15 hectares em outro manguezal, na região da Rodovia do Contorno de Vitória. Para isso aguarda autorização do Estado. A medida é uma compensação pelos impactos da dragagem do rio Jacaraípe.