Apesar da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) afirmar que não houve redução nas atividades da Vale no estado nem de empresas ligadas a ela, o Instituto Aço Brasil reconhece a falta de minério de ferro no mercado e aponta que a produção de aço recuou no 1° trimestre deste ano. Também aponta que as exportações do produto serão 6,1% menores que no ano passado.
No Brasil, onde o Espírito Santo é um dos principais estados produtores, entre janeiro e março deste ano a produção de aço bruto recuou 2,8% em comparação ao mesmo período de 2018. Foram produzidas 8,4 milhões de toneladas (Mt). As vendas internas (4,4 Mt) também apresentaram redução (-0,1%) em relação ao 1º trimestre do ano passado; assim como o consumo aparente de 4,9 Mt – com recuo de 1,4%.
Em nota à imprensa, o Instituto afirma acreditar na retomada do crescimento, mas aponta que a falta de minério de ferro – matéria prima do aço – pode influenciar. “Cabe ressaltar, ainda, a necessidade de regularizar o abastecimento de minério de ferro ao setor, dando o mínimo de previsibilidade para as usinas de aço”, diz o comunicado.
O Instituto diz, ainda, que a realização das Reformas da Previdência e Tributária são essenciais para a retomada nos investimentos do setor no país. Com esse cenário estabelecido, prevê para 2019 um crescimento de 2,2% na produção de aço bruto (36 Mt); 4,1% nas vendas internas (19,5 Mt); e 4,6% no consumo aparente (22 Mt).
Mesmo assim, a previsão é de queda de -6,1% nas exportações, com venda de 13,1 Mt e a importação aumenta em 8,7% (2,6 Mt). Questionado sobre os impactos dessa redução na Serra e no estado, a assessoria do Instituto Aço Brasil disse que divulga apenas os dados nacionais.
Principal cliente do minério da Vale no Espírito Santo, a Arcelor MittalTubarão, produtora de placas e bobinas de aço, voltou a afirmar ontem (25) que sua produção está normalizada. A siderúrgica, porém, revela preocupação ao afirmar que “acredita que a Vale conseguirá priorizar o mercado interno e seus clientes brasileiros”, em nota enviada à reportagem.
90% das pelotas são da Vale
Ainda de acordo com dados do Instituto Aço Brasil, vê-se que a produção de aço não só do estado, mas de todo o país, é bem dependente da Vale.
Isso porque 90% das pelotas usadas na produção brasileira vêm da mineradora. Os 10% restantes são 3% de produção própria, já que algumas empresas possuem pelotização, e 7% de outros fornecedores.
Já o uso de minério de ferro fino da Vale corresponde a 46% do total. Outros 47% são de produção própria da siderúrgica e 7% de outras fontes.