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Igreja de 437 anos será reaberta nesta quinta-feira (24) em Carapina

Uma das mais antigas construções do ES e do Brasil, a Igreja de São João de Carapina está fechada há mais de um ano. Foto: Bruno Lyra – 11/03/21

Fechada há mais um ano por conta da pandemia, a Igreja de São João de Carapina será reaberta nesta quinta-feira (24), que também é dia do santo que dá nome ao templo. A reabertura é fruto da mobilização da comunidade local e da Secretaria de Turismo do município, que fizeram mutirão de limpeza da igreja, executaram pequenos reparos e pintura, colocaram nova iluminação externa e fizeram a troca da instalação elétrica da igreja erguida pelos padres jesuítas e índios em 1584.

E acontece no contexto da polêmica obra de escavação do TIMS (Terminal Industrial Multimodal da Serra), que avançou sobre o morro do sítio histórico da igreja, fato que deflagrou a mobilização pela preservação da construção secular.

Membro da comunidade católica de Carapina e um dos articulares da mobilização, Valdecir Herculano Teixeira, mais conhecido como ‘Bochecha’, disse que haverá uma solenidade às 7h desta quinta-feira na própria igreja, para marcara a reabertura do templo.

E à noite, às 19h, haverá uma caminhada festiva saindo da igreja católica que fica no interior do bairro (também chamada de São João) até a igreja jesuítica, onde estará montada fogueira e quermesse, com comidas típicas, para celebrar a reabertura.  Segundo Bochecha as atividades respeitarão os protocolos de afastamento e será preciso usar máscara para participar.

Bochecha acrescenta que haverão missas todos os domingos às 8h. E a cada primeiro sábado do mês às 11h, sendo que estas serão transmitidas pela Rádio América, ligada à Igreja Católica. “Estamos muito felizes com a reabertura da igreja, que por um tempo ficou praticamente esquecida pela comunidade e pelo poder público. Mas houve essa mobilização das pessoas que frequentavam e ajuda da Prefeitura. Também estamos tendo a ajuda do padre Ricardo Passamani, que nos fortalece cada vez mais”, destaca.

Por fim o membro da comunidade disse acreditar que a obra do TIMS – cuja escavação está a cerca de 400 metros da igreja e a menos de 100 metros das ruínas do casarão que também faz parte do sítio histórico – não avance mais. “O pessoal da Prefeitura nos disse que a obra tem licença ambiental e laudo dos órgãos de proteção ao patrimônio histórico e garantiu que não vai avançar sobre o entorno da igreja. Mas estaremos de olho”, avisa.

Na última semana de maio a Prefeitura da Serra divulgou texto em seu site informando que a obra do TIMS está regular e que não afeta o sítio histórico da igreja e seu entorno.

Planos para exploração turística

O vice-prefeito da Serra e secretário de Turismo, Esporte, Cultura e Lazer, Thiago Carreiro, disse que no início da gestão visitou a igreja a pedido da comunidade. “Além de estar fechada e com aspecto de abandono, a igreja havia sido invadida e teve objetos furtados. Com o apoio da comunidade, iniciamos um plano de recuperação daquele espaço, que é muito importante não só para a religiosidade, mas também para a cultura e a história da Serra”.

Segundo Thiago, em pareceria com a comunidade a Prefeitura fez mutirão de limpeza e pequenos reparos no interior da igreja. “Também lavamos a fachada externa. Foi colocada nova iluminação externa e trocada toda a parte elétrica do interior da igreja. Perto do cemitério, onde há um ponto viciado de descarte de materiais, colocamos uma porteira, justamente para impedir que esse descarte siga ocorrendo”, detalha.

O secretário e vice prefeito acrescenta que o sítio histórico é uma das áreas contempladas pelo programa Fortalece o Turismo desenvolvido pela Secretaria através de uma empresa de consultoria – a Prolab – em parceria com o Sebrae. Thiago explica que objetivos é reativar a rampa de vôo livre que já existiu ali e fortalecer as atividades de montain bike – o local possui trilhas que já receberam o Campeonato Estadual da modalidade – e de caminhadas no entorno do sítio. Além, claro, de fomentar o turismo religioso.

“O sítio histórico de São João de Carapina também está sendo trabalhado por nós para integrar o Circuito Jesuítico, que se trata de um circuito turístico que está sendo elaborado pelo Estado e vai abranger as construções jesuítas entre a Igreja dos Três Reis Magos em Nova Almeida e o Santuário Nacional de Anchieta, no litoral sul do Espírito Santo”, revela Thiago.

 

Milagre de São José de Anchieta  

A igreja de São João de Carapina por índios e religiosos sob a liderança do padre jesuíta Braz Lourenço em no ano de 1584. Braz é considerado o fundador da cidade da Serra.  E no mesmo local onde foi feita a igreja jesuítica em Carapina, Padre Anchieta (hoje São José de Anchieta), operou um milagre, fazendo o menino Estevão Machado falar. Estevão era mudo. O milagre está incluído no processo de canonização de Anchieta concluído pelo Vaticano em 2014.

Saiba mais sobre o sítio histórico de São João de Carapina nesta reportagem do jornal Tempo Novo.

Redação Jornal Tempo Novo

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