As ruas da Serra estão lotadas de lixo. Isto porque, há 14 dias, os rodoviários que dirigem os caminhões de coleta de lixo entraram em greve. Apesar do tempo, a situação ficou crítica mesmo na cidade nos últimos três dias.
A paralisação acontece em toda a Grande Vitória e foi anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários) e confirmado pelo TEMPO NOVO, juntamente ao presidente do órgão, Marcos Alexandre (Marquinho Jiló).
Há relatos de moradores de Parque Residencial Laranjeiras, Castelândia, Jardim Limoeiro, Serra Dourada e Porto Canoa. “Em Castelândia, ontem (24), com a chuva o lixo estava misturado no meio da água, muito lixo boiando na rua. Estava uma nhaca e o caminhão não passou por aqui para coletar o lixo doméstico”, conta Ana Paula Pereira.
Vale destacar que, na Serra, quem presta os serviços de limpeza é a Corpus Saneamento e Obras. A empresa ganhou uma nova licitação feita pela prefeitura neste ano. Sendo assim, os coletores de lixo são funcionários da Corpus, através de contrato firmado com a Prefeitura da Serra.
O TEMPO NOVO entrou em contato com a Prefeitura da Serra para saber quais as providências o município está tomando para minimizar o problema e assim que a demanda for respondida será publicada neste espaço.
Segundo um funcionário da Corpus Engenharia que não quis se identificar nesta segunda (23) e terça (24) de dia não saiu nenhum carro para coletar lixo nos bairros da Serra. “Somente o caminhão de coleta de lixo hospitalar saiu da empresa. Hoje (25) também não saiu caminhão pra coletar lixo na cidade não. A gente tem visto o secretário da Prefeitura da Serra e até o prefeito indo lá na empresa para tentar fazer com o que os caminhões saiam, mas o sindicato não está permitindo”, conta o trabalhador.
Conforme já informado anteriormente, o Sindirodoviários – que representa a categoria – realizou uma assembleia onde os trabalhadores da coleta de lixo de 28 cidades do Espírito Santo não aceitaram a proposta de reajuste oferecida pelas empresas e deliberaram pela paralisação.
A reportagem ouviu também o Sindicato das Empresas de Limpeza Pública do Espírito Santo (SELURES) que disse que vem a público registrar estarrecimento e indignação com os atos perpetrados pelo Sindirodoviários no curso do ilegal movimento de greve e com as proporções tomadas na noite de ontem (24), quando veículos que saíram por força de decisão judicial para recolhimento de lixo foram vandalizados.
A paralisação deixou de ser um ato constitucional, com reivindicações de direitos trabalhistas, para se tornar atos de vandalismos restritos aos sindicalistas, não representando a coletividade da categoria, que em momento nenhum tem se oposto a cumprir a decisão judicial.
Mais do que isso, os deploráveis registros de violência e vandalismo, com apedrejamento de caminhões e pneus furados por pessoas encapuzadas, que, ao não mostrarem o rosto, só reverberam a transgressão e a postura adotada pelo Sindorodoviários, denotando o total desapego à lei, às decisões judiciais e ao propósito com a causa daqueles que dizem representar.
O Selures, neste momento, aguarda manifestação da Justiça, para que, com firmeza, garanta a volta de suas empresas com segurança, normalizando as atividades de Limpeza Pública e garantindo a prestação de um serviço essencial à ordem pública e à saúde da população.