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“Gostaria que Audifax enxergasse o que nós podemos fazer juntos”

Vidigal disse que se houver união entre as forças políticas da cidade é possível a Serra fazer um senador e até um governador. Foto: Bruno Lyra

O deputado federal e ex-prefeito da Serra em três mandatos, Sérgio Vidigal (PDT), faz um balanço de seu primeiro semestre no Congresso Nacional. Avalia os rumos do desenvolvimento da Serra, os custos da polarização política com o ex- aliado e atual prefeito Audifax Barcelos (PSB), a participação na gestão Paulo Hartung(PMDB)  e a situação do governo Dilma Roussef (PT).

Dos temas que o senhor vem trabalhando no Congresso, quais destacaria?

É minha primeira experiência como deputado federal. Isso num cenário complexo que vive o país. Participo de 12 comissões: destaco as de Educação, Seguridade Social e Família, Saúde. Também sou relator da comissão de Obras Paralisadas e membro das comissões de Aviação e Transporte, Redução da Maioridade Penal.  Tenho discutido muita coisa na educação, saúde e em relação ao pacto federativo.

Há solução para o governo Dilma?

O maior problema não é a crise econômica, mas a crise política. A solução é construir um grande pacto de coalisão. A presidente convocar o Congresso, reconhecer que o Governo cometeu equívocos e solicitar da base e da oposição, que a gente fume o cachimbo da paz e recoloque as pautas importantes para retomar o crescimento do país.

Por que o senhor quer a saída do PDT do governo Dilma?

Esse governo não nos representa mais.  Somos um partido do mesmo campo do PT, que agora está fazendo tudo aquilo que a gente condenou. Defendo a saída, mas não devemos ir para a oposição atual, que também não nos representa. Defendo a independência.

O PDT esteve em campo oposto ao do Governador Paulo Hartung e agora caminha com ele. Como foi possível essa costura?   

Não fomos com Paulo (Hartung) antes porque tínhamos um projeto próprio, tanto que lançamos candidatura ao governo.  Em 2014 sabíamos que a crise estava se acentuando e era preciso alguém com experiência e fizemos uma opção. Nada contra o ex- governador Casagrande, com quem tive até boa relação.

A Serra já é a locomotiva econômica do ES. O que falta para a cidade ter mais força política, eleger um senador e até um governador?

Enxerguei essa possibilidade em 2004.  Acho que se a gente quiser magnitude, temos que ter a capacidade de união. Quem mais nos atrapalhou foi esse espírito de competitividade interna. A Serra é um case de bons resultados nos últimos 20 anos.

Você sente do prefeito Audifax possibilidade de reaproximação?

Eu gostaria que ele tivesse o bom senso da gente não viver das amarguras e ser altruísta e enxergar o que podemos fazer na frente.  Até porque se observarmos o que tem aí, vemos uma escassez de lideranças.

Fala-se de uma terceira via para a prefeitura em 2016…

A terceira via não é simplesmente um nome novo. É um projeto consistente que vá de fato avançar as políticas públicas da cidade. Às vezes um nome novo pode ter hábitos e práticas mais retrógradas do que um nome antigo.

O mercado político atribui a influência do senhor na Câmara às dificuldades que o prefeito Audifax vem tendo na casa…

Não sei que mercado é esse. O PDT só tem três vereadores. Elegemos cinco, mas a gestão (Audifax) cooptou dois. Dos três, o que faz oposição sistemática é o Nacib. O restante é da base dele. Eu não tenho grupo na Serra, se tivesse eu tinha chegado ao governo do Estado ou senado. O que existe hoje é uma insatisfação dos aliados do prefeito. Não tem nenhuma influência de minha parte na Câmara da Serra. E abomino qualquer tipo de movimento para criar dificuldades. Mas aí é uma questão de relacionamento do executivo com o legislativo. Tem que conversar, não dá para fazer as coisas de goela abaixo.

O senhor é um candidato natural à Prefeitura em 2016? 

Não é o momento de se discutir eleição na Serra. Isso é para o período eleitoral, que agora ficou melhor, pois terá só 45 dias. Como o PDT foi protagonista nas últimas gestões, temos essa responsabilidade. Mas para ter um candidato é preciso construir um projeto que contemple a conjuntura econômica que está posta. É nisso que o partido precisa se debruçar.

Vitória fica com a maior fatia do ICMS do Estado. Como garantir distribuição mais justa?

O modelo hoje do adicionado fiscal é perverso. Ele concentra riqueza, não em quem produz, mas onde está instalada a sede fiscal das empresas. Em relação à Vitória somos penalizados, mas há outras cidades ainda mais penalizadas. Defendo um sistema de distribuição paramétrico de receita, onde os critérios para repasse consideram o IDH menor, investimento público e renda per capta visando reduzir desigualdades.

Há chance do aeroporto internacional de cargas na Serra?

Estou fazendo um apelo ao governador que abrace a causa.   A Infraero sugeriu um aeroporto industrial com área alfandegada, pois temos modal ligado a diversos estados da federação. Sabemos que no Brasil aeroporto de cargas vira de passageiros também. Já o aeroporto de Vitória está numa área ruim, sem mobilidade urbana, tem o maciço do Mestre Álvaro gerando riscos para pouso e decolagem na nova pista, que também tem tamanho limitado.

Tem havido muitos questionamentos em relação à concessionária Eco 101. São justos?

Cobrei da ANTT e com o Ministério dos Transportes que ouçam os municípios quando houverem concessões. Isso não aconteceu com a BR 101. A Eco, bem ou mal, está cumprindo o contrato. Mas o que foi preconizado para ela está aquém da demanda.  Onde a Eco 101 passa em trecho urbano estamos tendo problema.

 

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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