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Folia e o drama de Manguinhos

Por Yuri Scardini

“O carnaval mais tranquilo dos últimos anos. Todos os blocos e trios, sem problemas. Tranquilidade absoluta”. A fala é do secretário de Defesa Social da Serra, Jailson Miranda, que pode ter um lastro de verdade.

No conjunto, os relatos são muito bons. Houve organização, policiamento, foliões animados, atrações em todos os balneários. Especialmente Jacaraípe, local que concentrou muita gente e que historicamente vem sendo marcado por violência, mas dessa vez, saiu dos holofotes negativos e foi muito bem avaliado.

Há reclamações sobre assaltos a residências e confusões envolvendo carros de som nas ruas, mas no tocante, não há registro de “violência de folia” em Jacaraípe. Boa novidade para a cidade, sem dúvida. Um ápice da festa foi o tradicional bloco Ratazanas, que levou um mar de gente para as ruas e contou com um bom contingente policial e até o helicóptero da PM sobrevoando.

Triste mesmo foi Manguinhos. Lideranças comunitárias, empresários e foliões afirmam que pela manhã, tarde e início da noite, o local era de grande folia, mas pela noite adentro pequenas gangues chegavam transformando o clima do lugar em medo e apreensão.

Foi em Manguinhos que ocorreu um dos casos mais simbólicos da violência na Serra dos últimos anos. Num cenário que parecia montado, após um tiroteio, um corpo ensanguentado, estirado com vários buracos à bala. Com mais sangue escorrendo pela placa turística “EU AMO A SERRA” e um pula-pula infantil logo ao fundo da placa. Imagem macabra, com grande potencial de marcar o carnaval, que novamente, no conjunto, foi bem avaliado.

Nos últimos anos, Manguinhos já vem dando sinais de mudanças na sociologia local, muito devido a um conjunto habitacional em Ourimar, inaugurado em 2015. Local com um histórico intenso de violência e conflitos pelo controle do tráfico de drogas. Na avaliação de muitos, foi um caso isolado, mas absolutamente revelador e no mínimo premonitório. 

 

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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