Um filhote de baleia jubarte foi encontrado já em adiantado estado de decomposição entre as praias de Manguinhos e Bicanga no último domingo (3).
Segundo Lupércio Barbosa, do Instituto Orca, o filhote deveria ter 3 entre 4 meses e média 5.70 metros e possivelmente era uma fêmea. “Ela perdeu os dois ossos da mandíbula, isso faz perder já o formato da cabeça. Ela já veio sem estrutura óssea, sem pele, só com a camada de gordura. Este animal já devia estar boiando há bastante tempo. Não foi possível ter acesso a carcaça por conta das marés”, destaca o estudioso em mamíferos marinhos.
Ainda não se sabe a causa da morte do filhote: se foi por rede de pesca, espinhal ou mesmo por ter se perdido da mãe em meio a travessia no mar.
A responsabilidade de retirar a carcaça do animal da praia é da Prefeitura da Serra que disse que a Secretaria de Serviços vai enterrar a baleia na praia. O serviço será realizado assim que a maré baixar. O enterro deve ser realizado na terça-feira (5) pela manhã.
Lupércio disse ainda que só este ano 24 baleias jubartes apareceram mortos na costa capixaba. “Alguns já vêm mortos e outros aparecem vivos e morrem na praia. Este número é proporcional ao que circula entre o litoral do Espírito Santo e o sul da Bahia, estimamos que sejam cerca de 18 mil. Só que está um pouco acima da média que gira em torno de 15 a 20 animais no ano. Só em 2010 que esse número foi acima da média, cerca de 50”.
O problema em 2010 foi das áreas de onde eles migravam. “Naquela época foi problema de nutrição, não se alimentaram adequadamente, muito provável por conta do aquecimento do oceano. Mesmo que aumente um grau na temperatura ou menos até, muda corrente, muda migração dos pequenos peixes que servem de alimento para as baleias. Aí esses animais meio que ‘passaram fome’ o que comprometeu a travessia. Isso só descobrimos 3 anos depois. Nossa preocupação é se isso está acontecendo novamente ou se tem muita baleia esse ano próximo a costa… então elas vem mais para a costa e morrendo ali ao invés de afundar no fundo mar. Esse ano elas tem sido avistadas muito próximo a costa, o que não é normal”.