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Falta de árvores na Avenida Central de Laranjeiras gera calor excessivo e prejudica saúde

Antes e depois da Avenida Central: em 1999 o trecho, onde atualmente é o supermercado Extrabom, tinha muitas árvores. Fotos: Arquivo TN / Gabriel Almeida

Quem viveu nas décadas de 80 e 90 em Laranjeiras tem uma lembrança completamente diferente da Avenida Central do bairro. Naquela época, a comunidade tinha muitas árvores e o verde da natureza era presente nas calçadas das casas e de alguns comércios que existiam pela via que com o passar dos anos se tornou um dos maiores centros comerciais do Espírito Santo. Especialista alerta para doenças respiratórias e frisa que árvores melhoram qualidade de vida.

Com expansão comercial que o bairro sofreu e a chegada das grandes lojas, as árvores que antes eram muitas acabaram perdendo espaço para o cimento, aço, vidro e asfalto. A retirada começou a acontecer alguns anos após a inauguração do Terminal de Laranjeiras em 1989. Com a chegada dos ônibus, o movimento de pessoas circulando pela região aumentou,o que atraiu os comerciantes.

Na metade da década de 1990, foram chegando à comunidade as grandes lojas e a cada comércio que foi sendo construído eram algumas árvores derrubadas pela avenida, o que foi gerando um aquecimento da região. Atualmente, pouquíssimas árvores ainda resistem no meio de tanto concreto e asfalto. Quem morou em Laranjeiras no passado lamenta e sente falta do verde que deixava a avenida mais fresca e trazia sombra para quem circulava na via.  A situação também se repete em outros bairros da Serra.

É o caso da Cristina Ana Arndt. “Sinto muita falta dessas árvores e acredito que não só eu como todos que ainda moram no bairro. Lembro que eram árvores na Central toda. Inclusive eu morava na avenida e lembro que plantamos uma árvore que muitos descansavam debaixo dela. Ficamos muito tristes com o corte delas, éramos felizes com aquele frescor. Eu e vizinhas levávamos nossos filhos para brincar nas sombras das árvores, como era bom. Tenho saudades dessa época”, conta.

O ambientalista Junior Nass, também lamenta a perda das árvores. “Quando eu vim morar na Serra, ainda criança, o município tinha muitas árvores. A gestão da prefeitura na época plantava as árvores e com o tempo isso foi mudando: elas foram sendo arrancadas. Em Laranjeiras, não foi diferente, antigamente tinha várias árvores e era mais fresco, hoje temos quase nenhuma. Isso é muito triste”, relata.

Junior ainda disse que a avenida deveria ter sido planejada junto com as árvores. “Hoje é quase impossível colocar árvores naquelas calçadas de Laranjeiras. Isso deveria ter sido pensado e feito antes, quando o comércio estava sendo expandido. Pesquisas revelam a importância do verde e afirmam que uma árvore consegue produzir ar para quatro seres humanos”, disse.

Falta de árvores pode piorar doenças respiratórias

Cileia Martins alerta que a falta de árvores pode agravar ainda mais doenças respiratórias. Foto: Arquivo TN

A presidente da Sociedade de Pneumologia do Espírito Santo, Cileia Martins, também alertou para a importância das árvores em nossas vidas e explicou que a falta delas pode agravar ainda mais doenças respiratórias. “As árvores são importantes na nossa respiração e também na oxigenação ambiental, mas infelizmente nos últimos tempos com o desmatamento estamos tendo muitos problemas. A árvore é responsável pela oxigenação do ambiente. Ela faz aquela formação, ela transpira e respira e então melhora o ar. Quanto mais plantas tivermos, menor nível de poluição”, explica.

Ciléia ainda disse que a nossa qualidade de vida aumenta quando temos natureza por perto. “Em virtude da retirada das árvores nós estamos tendo calores excessivos, pouca hidratação ambiental e pouca oxigenação. Com isso geramos mais doenças respiratórias, porque o pulmão é o nosso único órgão que tem contato com o meio externo. É o nosso pulmão que nos oferece o oxigênio que vai para outros órgãos. Se temos um oxigênio deficiente ambiental, com certeza também teremos uma deficiência do nosso oxigênio pulmonar, consequentemente atinge todos os nossos órgãos”, alerta.

Ainda segundo ela, doenças como asma e enfisema podem piorar. “Com isso a taxa de oxigênio baixa favorece a pressão alta, arritmias cardíacas, AVC’s, entre outras. Quem tem doenças respiratórias como asma, enfisema, quem foi tabagista, essas pessoas terão pioras cada vez maiores em função de que cada vez mais eles precisam de áreas com oxigênio puro e áreas limpas e nós não temos. Se houver uma conscientização da população de não destruir as árvores, mas sim plantar mais, cuidar delas, podar e tomar cuidado para as raízes não destruírem as calçadas, isso vai favorecer muito a nossa vida. Teremos uma melhor qualidade de vida. Quanto mais tivermos florestas e mais tivermos árvores, nós teremos um melhor pulmão para o mundo”, disse.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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