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Êxito agora e risco no futuro

Por Bruno Lyra

Neste mês de abril a Serra sofreu bem menos transtornos, mesmo tendo recebido tanta chuva quanto Vila Velha, Vitória e Cariacica.  Aí o prefeito Audifax Barcelos (Rede) não perdeu tempo: fez questão de exaltar obras de drenagem feitas em seus mandatos, os quais atribuiu o ‘sucesso’ nesses dias de muita água não alcançado pelos colegas mandatários das cidades vizinhas.

Em parte é justo. Obras de drenagem foram feitas nos últimos anos e certamente ajudaram a amenizar os efeitos da chuvarada. Um delas, na avenida Central em Laranjeiras, coração comercial da cidade, evitou a repetição das cenas lamentáveis da água invadindo lojas.

A outra, de muito maior vulto, a dragagem e alargamento do rio Jacaraípe, na região mais problemática em termos de enchente da Serra. Vide o histórico dezembro de 2013. Neste caso, deste a dragagem, foi a maior sequência de chuvas. E passou no teste.

Porém, há de se lembrar do custo ambiental desta obra. Cerca de seis hectares devastados entre manguezais e matas ciliares. E mais: a salinização da lagoa Juara, o que junto com o esgoto, entre outros efeitos, ajudou a aniquilar a produção de tilápias em tanques rede no manancial.

Obras pontuais em outros bairros e regiões também ajudaram a amenizar o efeito dos alagamentos. Mas é difícil comparar a Serra com Vitória, Vila Velha e Cariacica neste quesito. O município serrano tem, de longe, uma favorável condição topográfica.

Grande parte de sua ocupação está em colinas suaves, diferente das vizinhas, construídas em grande parte nas beiras de rios, córregos, aterros sobre o mar ou dentro de brejos. A Serra é uma cidade mais planejada, desde os tempos dos conjuntos habitacionais da Cohab nos anos 1970. Boa parte dos fundos de vale, áreas alagadas e alagáveis ainda não é ocupada.

Mas as pressões sobre elas avançam, prova disso são as invasões incontroláveis ou mesmo as sucessivas tentativas de mudanças no PDM por interesse do mercado imobiliário para que sejam zonas de expansão urbana oficializadas. Se tal tendência persistir a Serra ficará cada vez mais com cara de Cariacica, Vitória e Vila Velha.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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