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Incêndio na Petrobrás pode ter atingido materiais radioativos

Segundo o Ibama, material radioativo está armazenado de forma irregular e Petrobras está realizando adequação. Foto: Divulgação Internauta

O depósito de materiais da Petrobrás no TIMS que pegou fogo entre a tarde de domingo (27) e a noite da última segunda-feira (28) pode ter queimado produtos radioativos. E segundo o analista ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), Fábio Murilo Wagnitz, esses produtos estão armazenados de forma irregular.

Fábio explicou que trata-se de substância vinda das rochas furadas durante a extração de petróleo no mar, que contém naturalmente radiação, considerada de baixa intensidade. “O material estava em galpão não licenciado para isto e que foi atingido pelo fogo. A Petrobrás tinha feito um novo galpão adequado e estava em processo de transferência desse material”, explica.

O analista não soube precisar se houve combustão desse material. “Técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estiveram no local e fizeram medições de radiação, a princípio não acharam nada. Porém, estamos aguardando laudo mais conclusivo do CNEM”, disse Fábio na tarde de ontem (31).

Fábio disse ainda que a Petrobrás vem armazenando essas substâncias em depósitos semelhantes pelo país e não tem notícia de algum aterro industrial licenciado no ES ou mesmo no Brasil que esteja apto a dar destinação final ao produto. Ele acrescentou que o risco da radioatividade é mais ocupacional do que para o público externo, ainda assim revelou que há plano de emergência de evacuação da região na licença emitida pelo Ibama para os novos galpões. No entanto, tal plano não foi apresentado às comunidades por se tratar de um licenciamento simplificado.

A reportagem procurou o CNEM, órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pela fiscalização do uso de substâncias radioativas. Mas a assessoria de imprensa do órgão não retornou os questionamentos até o fechamento desta edição às 18h de ontem (31).

Já a Petrobrás disse que a substância armazenada é de “baixo nível de radiação” e que este material é estocado em galpão “sem oferecer risco para as pessoas ou o meio ambiente”.A Petroleira informou ainda que esse galpão está isolado e que o material radioativo será recondicionado de acordo com as normas dos órgãos reguladores e estocado em um novo galpão.

Disse ainda que “a maior parte do material atingido pelo incêndio é formada por flutuadores, não oferecendo risco para as pessoas ou o meio ambiente”. A empresa não respondeu sobre a destinação final e nem sobre planos de evacuação caso haja vazamento de radiação.

Técnicos ambientais do ES não puderam entrar na área

O responsável pelo galpão onde estão armazenadas irregularmente as substâncias radioativas, o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) mandou técnicos ao local na hora do incêndio no domingo, mas que “em virtude da periculosidade e do bloqueio determinado pelo Corpo de Bombeiros, houve vistoria na segunda-feira (28). Na terça (29) o órgão efetuou sobrevoo da área, com drone, para verificação da amplitude e abrangência do acidente”.

O Iema acrescentou que está fazendo um relatório dos danos ambientais para definir como será a atuação à Petrobrás. Por fim, informou que a licença expedida é só para a estrutura dos depósitos e que o manejo de resíduos é com Ibama.

A fumaça do incêndio pode ser vista não só por diversos bairros da Serra como outras cidades da Grande Vitória e gerou incômodo na população.  

Já a Prefeitura da Serra disse que em relação a possíveis planos de evacuação, a Defesa Civil atua em sintonia com os Bombeiros. No caso de uma hipotética necessidade de evacuação, a Defesa Civil atuará em apoio e de acordo com as orientações do Corpo de Bombeiros. O licenciamento ambiental do local é com o Iema.

Redação Jornal Tempo Novo

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