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Estado começa limpar terreno para construir novo Aristóbulo Barbosa Leão

Empresa ganhadora da licitação já está no terreno e iniciou serviços de limpeza. Foto: Gabriel Almeida

O Governo do Estado começou a limpar o terreno onde será construído o novo Aristóbulo Barbosa Leão (ABL), em Parque Residencial Laranjeiras na Serra. Como o espaço estava abandonado há seis anos, uma grande vegetação cresceu no local. Assim que acabar a limpeza, a construtora que ganhou a licitação já deve iniciar as novas obras da escola estadual, que tem o prazo de 900 dias.

Conforme noticiado pelo TEMPO NOVO, após gastar mais de R$ 12 milhões e demolir o antigo prédio do ABL, o Governo do Estado assinou no último dia 3 a Ordem de Serviço para a nova obra que vai custar mais de R$ 12 milhões e será entregue somente em janeiro de 2023. A obra é motivo de muitas promessas e também bastante reclamações, já que está paralisada desde 2014.

Além da limpeza já iniciada, o Estado também fixou a placa que anuncia o início das obras e também informa a população sobre os prazos e valores que serão investidos. No local, a reportagem constatou, na tarde desta segunda-feira (10), que grande parte do terreno já está limpo, principalmente na área onde será construído o novo prédio.

As imagens feitas no local também mostram as estruturas deixadas pela construtora anterior, que faliu e abandonou a obra. Vale destacar que em 2018, o Governo do Estado afirmou que o antigo prédio da escola, que começou a ser reformado, não estava em boas condições e demoliu o imóvel. As demais estruturas construídas durante a reforma continuam de pé: quadra, refeitório e outro espaço para salas administrativas.

A reportagem teve acesso a uma parte do projeto de construção do novo Aristóbulo. No documento, que foi entregue para alunos do ABL, está planejado que a nova escola contará com 20 salas de aula comuns, um laboratório de informática, um laboratório comum, biblioteca, Centro de Idiomas, sala de dança, sala de música, quadra esportiva, duas miniquadras e um auditório. O terreno da escola está localizado próximo ao Shopping Laranjeiras e ao Terminal de Laranjeiras.

Atualmente, a escola está localizada num prédio alugado, em Jardim Limoeiro. No local, estudam 1.127 alunos e trabalham 106 funcionários. No momento, assim como em outras escolas, as aulas estão paralisadas por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus. A previsão é que a partir de 2023, já no novo prédio, a escola poderá atender mais 160 estudantes. O Estado ainda não informou quando a obra será iniciada, mas isso deve acontecer ainda este ano.

Vale destacar que a obra, que começou em 2012, foi abandonada dois anos depois: em 2014. Na ocasião, o Estado afirmou que a empresa responsável pela construção faliu e não deu continuidade ao projeto. Em 2018, o Governo do Estado afirmou que o antigo prédio da escola, que começou a ser reformado, não estava em boas condições e demoliu o imóvel. Desde então, o Estado já fez diversas promessas de retomada da construção, mas nenhuma saiu do papel.

Se somarmos o valor gasto com a reforma não concluída, com a demolição, com o aluguel pago pelo prédio em Limoeiro até 2019, e o novo investimento para a reconstrução da unidade escolar, serão no total R$ 24 milhões. Nessa conta, ainda não está o aluguel que será pago por mais três anos. Até o ano passado, eram R$ 78 mil por mês.

A “novela” do ABL é longa e já custou mais de R$ 12 milhões…

Placa fixada no terreno. Foto: Gabriel Almeida
Terreno sendo limpo nessa semana. Foto: Gabriel Almeida
Empresa ganhadora da licitação já está no terreno e iniciou serviços de limpeza. Foto: Gabriel Almeida
Prédio antigo que foi demolido. Foto: Gabriel Almeida
Na Serra, há vagas para diversas escolas. Entre elas, no Aristóbulo Barbosa Leão. Foto: Divulgação
Prédio do Aristóbulo foi demolido em 2018 e nova promessa do Estado é de que a nova obra da escola seja iniciada em 2020. Foto: Gabriel Almeida
Construção da escola Aristóbulo Barbosa Leão. Foto: Arquivo Público do Espírito Santo.
Terreno abandonado. Foto: Gabriel Almeida

O prédio do ABL, em Laranjeiras, tem 41 anos e começou a ser reformado em 2012. O custo divulgado na época era de R$ 9 milhões e a reforma deveria ter sido entregue em julho de 2014. No entanto, as obras foram paralisadas naquele ano. O motivo, de acordo com o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes), é que a empresa contratada para executar o serviço faliu e abandonou o trabalho. Com a reforma, que não foi concluída, o gasto chegou aos R$ 6 milhões.

Logo no início das obras, em 2012, os alunos foram levados para um espaço provisório onde funcionava uma faculdade, em Jardim Limoeiro, ao lado do cruzamento entre as rodovias Norte-Sul e ES-010. Ao longo desses anos, o prédio vem sendo motivo de queixas e protestos de estudantes, que alegam falta de estrutura. Dentre eles, espaço precário para educação física, ausência de ar-condicionado, ventiladores e parte elétrica com problemas constantes, além dos riscos de assaltos nas redondezas.

O espaço alugado em Jardim Limoeiro custa cerca de R$ 80 mil (de aluguel) por mês aos cofres públicos. Em 2018, o valor do aluguel era de R$ 78 mil mensal. Após uma longa busca no Portal da Transparência, o TEMPO NOVO constatou que o contrato de aluguel firmado em 2019 foi no valor total de R$ 885.967,06. Neste ano, a reportagem não teve acesso ao contrato. Ao todo, até 2019, foram gastos cerca de R$ 5 milhões somente com aluguel, enquanto se aguarda a obra da nova escola em Laranjeiras.

Enquanto as obras não andavam, o prédio do ABL, em Laranjeiras, ficou abandonado por quatro anos e foi demolido pelo Governo do Estado no final de 2018. Na época, o então secretário da Educação, Haroldo Rocha, afirmou que o espaço estava sem ‘boas condições’ para continuar a reforma. A demolição custou R$ 290,7 mil.

Questionado pela reportagem sobre os valores gastos nas obras e os atrasos, Haroldo sugeriu pensar positivo e prometeu que a obra estaria licitada até o final de 2018, o que não aconteceu.

Vale lembrar que foi demolido somente o prédio principal da escola, onde aconteciam as aulas. Foram mantidas da estrutura atual a cozinha e as áreas de apoio, o refeitório coberto, as área de serviço, o vestiário, o auditório e a quadra poliesportiva.

Somando os valores da reforma não concluída, dos aluguéis pagos e da demolição, o Governo do Estado já gastou cerca de R$ 12 milhões com a escola que ainda não está pronta. O valor ainda deve aumentar, já que, a obra será entregue somente em 2023.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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