Quando o assunto é abrir um novo negócio ou expandir uma empresa já existente, um tema que sempre vem à tona é a sociedade. É comum ouvir histórias de parcerias que deram errado e acabaram em desentendimentos e até mesmo prejuízos para ambos os lados, comprometendo o sucesso do negócio. Para não entrar nas estatísticas das sociedades que terminaram mal, é necessário analisar alguns fatores para tomar as decisões certas.
Antes de escolher um sócio, vale a pena avaliar a real necessidade de atuar em sociedade. Geralmente as principais razões para procurar um sócio são: obter recursos financeiros, apoio para executar o trabalho e suporte intelectual, no caso de a pessoa possuir alguma expertise necessária para o desenvolvimento da empresa.
Para começar, a escolha de um sócio não pode ser baseada em uma necessidade emergencial e efêmera da empresa. É o que explica Pedro Bassul, especialista em Direito Societário do escritório Pimentel Bassul Advogados. “O motivo para a formação de uma sociedade que funcione bem deve ser racional e concreto, de modo que os sócios complementem as habilidades e necessidades um do outro”, explica.
Com o propósito de fazer o negócio crescer, é importante que os sócios tenham as mesmas metas e uma visão comum do que desejam para o futuro da empresa. Assim, conseguem juntar forças para fazer este objetivo acontecer. “Os potenciais sócios devem avaliar se compartilham dos mesmos valores e expectativas em relação ao negócio. Obstáculos podem surgir, por isso é fundamental ter clareza sobre os objetivos pretendidos com formação da sociedade”, comenta Bassul.
É necessário conhecer muito bem o possível sócio, saber de suas competências, seu histórico profissional e também sobre suas reais pretensões ao entrar no negócio. Recomenda-se, ainda, que, desde o início, as funções de cada um na empresa sejam muito bem definidas para evitar possíveis atritos.
Para formalizar a sociedade, a elaboração de um contrato social é a opção mais adequada. “O documento permite estabelecer com clareza as diretrizes da sociedade, bem como os direitos e deveres de cada sócio e, assim, resguardar cada um legalmente, caso haja impasses no futuro”, reitera o advogado.
No contrato social também devem estar previamente definidos os critérios para utilização da receita do empreendimento, incluindo o pró-labore e a divisão de lucros para cada sócio, além das condições e procedimentos para eventual saída de algum associado, observando a peculiaridade de cada hipótese. “É essencial tomar esses cuidados em qualquer tipo de sociedade, inclusive entre amigos e familiares”, finaliza o especialista.
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