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Esgoto cada vez mais sujo

Yuri Scardini

A Serra Ambiental, que recentemente trocou de nome para Ambiental Serra, ainda sucinta muitos questionamentos e acumula um histórico pra lá de controverso. Desde 2015 a empresa é a responsável pelo serviço de coleta, tratamento e descarte do esgoto através de uma parceria público-privada com a Cesan.

Essa semana o Tempo Novo traz uma matéria especial sobre a mudança de postura do Comdemas com a Ambiental Serra. Mas para, além disso, o que é possível falar sobre o serviço prestado pela empresa?

A se começar pelo óbvio: rios, lagoas e córrego ainda são uma confraria da poluição. Só para se ter ideia, neste intervalo de três anos a lagoa Juara, 3ª maior do ES, já sofreu com tamanha degradação que gerou duas grandes mortandades de peixes e o fim da produção de tilápia em tanques redes. Hoje, o tradicional Festival da Tilápia é somente uma boa lembrança. A Juara é só um exemplo, mas são múltiplos os casos.

Outra questão é o custo desse serviço. Pagar 80% de taxa referente à conta de água é dispendioso. Quem definiu isso? Essa conta é justa? De que forma a população participou desse debate? As contas da Ambiental Serra são uma caixa preta. Ninguém sabe dizer o quanto de dinheiro público essa empresa já recebeu, nem mesmo estimar qual é a taxa de investimento versus faturamento. Até porque, não houve nenhum investimento significativo, além das obras de ligação de residências na rede coletora de esgoto, o que obviamente significa mais lucro para a empresa.

As estações de tratamento de esgoto continuam defasadas, com tecnologia antiga, datadas da década de 80, o único investimento anunciado foi a limpeza do lodo no fundo das estações. Havia a previsão de construir novas estações, mais eficientes e modernas, mas até agora nada. Adianta coletar esgoto e tratá-lo em estações ineficientes, retornando-o com água ainda contaminada na rede pluvial?

Na prática, o que há é uma profunda falta de transparência, desrespeito com a população e com o meio ambiente, e o que fica não são respostas, são dúvidas e desconfianças. Só para lembrar, todo esse histórico negativo é fruto de menos de 3 anos de atuação na Serra, ainda faltam 27 anos de contrato.   

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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