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ES terá impacto, mas não será significativo, diz Vale

Até a tarde de ontem (31) haviam sido confirmadas 99 mortes e 257 desaparecimento. A Vale vai desativar 10 barragens e reduzir produção. Foto: Divulgação

Clarice Poltronieri / Yuri Scardini / Conceição Nascimento 

A Vale admitiu nesta quinta-feira (31) que as operações da empresa no estado serão impactadas pela redução de 10% na produção minério de ferro anunciado na última terça (29) após o desastre/crime ambiental de Brumadinho, que até ontem (31) havia matado 110 pessoas e deixado 238 desaparecidos.

No entanto afirma que “não representa impacto significativo”, conforme nota, sem detalhar.E a Serra pode sofrer com isso, já que além da mineradora ter operações na cidade, pode afetar a cadeia produtiva relacionada ao setor metalmecânico, carro-chefe das indústrias locais. Isso sem contar que a ArcelorMittal Tubarão depende da Vale para conseguir sua matéria-prima.

Somando os impostos pagos a estados e municípios em 2018, a Vale empresa desembolsou R$ 60,9 milhões. As operações da empresa representam 13% do PIB capixaba. Entre próprios e terceirizados, emprega 10,9 mil pessoas no ES. No terceiro trimestre de 2018, 354 empresas instaladas no estado, muitas delas na Serra, fizeram negócios com a Vale.

E R$1,5 bilhão foi o valor de compra da mineradora junto a empresas locais nos nove primeiros meses do ano passado. Se os impactos da redução da produção da mineradora chegarem a sua maior cliente no ES, a ArcelorMittal Tubarão, os efeitos na economia da Serra e ES podem ser amplificados.

Isto porque, só na Serra a Arcelor gera cerca de R$ 5,6 milhões de impostos municipais/ano e 12,7% do PIB capixaba vem das operações da siderúrgica. 

Para a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), os impactos na economia capixaba serão mínimos. A assessoria de imprensa da entidade disse que conclusão foi extraída após consulta a especialistas do setor a respeito do cenário atual.

Fechamento de barragens

A redução nas atividades da Vale será por conta do fechamento de 10 barragens de rejeitos de mineração, cuja estrutura é similar a de Brumadinho, rompida na última sexta (25) e de Mariana, rompida há três anos. Esta última pertencente à Samarco, empresa da Vale com a BHPBilliton.

As 10 barragens em questão passarão por obras de descomissionamento, ou seja, serão desmontadas e os rejeitos de minério integrados à natureza. As obras devem durar até três anos e custarão R$5 bilhões à mineradora.

Com isso, a produção anual da empresa reduzirá 40 milhões de toneladas de minério de ferro, o equivalente a 10% do seu total.

Samarco tem retorno novamente adiado

A mineradora Samarco (Vale+BHP Billiton), cuja expectativa era de que retornasse às atividades em 2020 depois de adiamentos anteriores, agora não tem prazo para voltar a funcionar.

O anúncio foi feito pela BHP após a ruptura da barragem de Brumadinho, mas o motivo alegado pela mineradora é de falta de acordo entre credores e empresa para o pagamento de dívidas.

A assessoria de imprensa da Samarco informou que vai continuar trabalhando no processo de retomada gradual de suas operações e que as licenças necessárias para o retorno estão com processo em andamento. Disse que as obras da Cava Alegria Sul, em Mariana, seguem.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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