Nacionalmente, Haddad era um pouco conhecido ex-prefeito de São Paulo, que em poucos dias saiu do semianonimato para o topo das pesquisas de intenção de votos – ao lado de Jair Bolsonaro, que naquele momento era o fenômeno das redes sociais. Para isso, Haddad, ou ‘Andrade’, como era confundido, se banhou nas bençãos do ex-presidente e assumiu o espólio lulista – que talvez seja até maior do que o próprio petismo.
Haddad não levou, mas serviu para demonstrar que apesar do sentimento anti-Lula, o ex-presidente segue sendo um cabo eleitoral promissor. Na Serra, o ‘Andrade’ abocanhou 26% dos votos no primeiro turno, perdendo apenas para Bolsonaro que atingiu 50%. No segundo turno, Lula/Haddad colocaram 42% para dentro da urna e Bolsonaro 58%.
Agora em 2020, o PT da Serra estima que pode criar outro fenômeno de votos ancorados em Lula – que dessa vez está solto e disposto a cair para dentro das campanhas petistas. Se antes era Fernando Haddad, agora é Fernanda Souza a bola da vez do PT da Serra. Filiada ao partido desde os 14 anos, Fernanda militou em movimentos sociais e sindicais; já foi secretária municipal de Trabalho Emprego e Renda na gestão passada do Prefeito Audifax Barcelos; além de ter sido professora durante 11 anos em uma popular faculdade capixaba.
Fernanda não é nenhuma desconhecida no município, mas proporcionalmente, pode-se dizer que ela está para a Serra, assim como Haddad estava para o Brasil. Afinal, estamos falando de uma cidade de meio milhão de habitantes (em número de moradores, é a 21° maior cidade brasileira excluindo as capitais).
Mas se Fernando chegou lá, porque Fernanda não pode? É o que se perguntam petistas entusiastas da campanha na Serra. O partido aposta no processo de nacionalização da eleição local, dado o aprofundamento das polarizações especialmente potencializadas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Petistas, inclusive a própria Fernanda Souza afirmam que Lula estará na Serra, andará pelas ruas da cidade, fará vídeos e material conjunto. O PT quer surfar no anti-bolsonarismo e quer protagonizar o movimento “anti-fascista”, nas palavras deles.
Além disso, o partido quer apresentar um plano de governo para a pós pandemia. Fernanda já adiantou que Saúde e Assistência Social terão maior peso no bojo da proposta.
Petistas dizem, que se o processo eleitoral nacionalizar com força, até para o segundo turno eles podem ir e o passaporte é o Lula. Parte da aposta está nos votos da juventude: ‘alguns jovens não sabiam o que era um Governo sem o PT, depois do Temer e Bolsonaro, eles viram as diferenças’, defende Fernanda.
Além dos jovens, está no roteiro os professores, o meio cultural, os movimentos negros, sindicais, sociais, LGBTQ+, os anti-bolsonaristas, entre outros. Na prática, Fernanda é Lula, e Lula é Fernanda. E se isso descer para o grosso da população, o PT pode surpreender. Até porque, vale lembrar que o partido tem grandes fatias dos fundos eleitorais e partidários, se a nacional mandar e a estadual acatar, pode injetar recursos e dar estrutura de campanha robusta.
Sabe-se que nos bastidores, o ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT) trabalha a todo momento para tirar todas as candidaturas possíveis, para se valer da sua quilometragem na Serra e vencer a eleição. Por isso, há um risco circundando o PT da Serra, já que existem arranjos em curso envolvendo Vitória. Vidigal costuma gostar só do bônus das coisas, e trazer o PT para seu palanque implica em assumir também os ônus, por isso essa conta é difícil de fechar. Além disso, Vidigal votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, coisa que até hoje não desce para muitos petistas.
Para o PT da Serra, a campanha de Fernanda é irreversível, e ela será a antítese ao bolsonarismo na Serra, posição que a princípio, nenhum outro pré candidato parece estar disposto a fazer. Enfim, é jogo que segue na eleição para prefeito da maior cidade do Espírito Santo.
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