Yuri Scardini
Nem bem acabou a eleição desse ano e o meio político já mira em 2020. Estão fervendo os ânimos na Serra, cidade governada por Audifax Barcelos (Rede) e Sérgio Vidigal (PDT) de 1997 pra frente. Isso porque há uma chance expressiva de nenhum dos dois estarem na disputa.
O prefeito Audifax não tem a opção de reeleição, já Vidigal teve suas contas rejeitas pelo Tribunal de Contas, referente a 2012, quando foi prefeito da Serra. Fato que pode torná-lo inelegível. Vidigal ainda vai recorrer, mas se o Tribunal não acatar o recurso, quem deverá decidir o futuro político de Vidigal são os vereadores. O ex-prefeito vai precisar de 16 votos. Uma tarefa das mais difíceis.
Caso ocorra, indubitavelmente a Serra se tornará a cidade mais sedutora em 2020, uma vez que a cadeira de prefeito é uma das posições mais privilegiadas politicamente no Estado.
Mesmo não estando diretamente na disputa, tanto Audifax quando Vidigal participarão do processo. A partir de 2019 o prefeito deve começar a trabalhar sua linha de sucessão, para manter seu grupo político no município e dar sustentação para Audifax disputar o Governo do ES em 2022. Já Vidigal como cabo eleitoral também pode desequilibrar.
Não está claro quem será o escolhido de Audifax, mas o prefeito tem dedo bom para isso, é só ver o fenômeno Fabiano Contarato (Rede), eleito senador com mais de 1 milhão de votos, quando só Audifax acreditou ser possível em meados do ano passado. Além disso, o prefeito vem com um extenso planejamento de obras fruto de operação de crédito, que pode ser uma boa vantagem na hora de cair para a rua e pedir votos para o sucessor.
O PSL de Bolsonaro, figurado por Manato no ES, também está de olho grande na cidade. Mas este plano está condicionado a resultados favoráveis do Governo de Bolsonaro, coisa que ainda é uma incógnita.
Além disso, resta saber qual o tamanho dos deputados Bruno Lamas (PSB), Vandinho Leite (PSDB) e Alexandre Xambinho (Rede) em 2020, dois postulantes ao cargo que vão precisar ganhar musculatura para chegar com força na disputa, uma vez que os resultados eleitorais desse ano deixaram a desejar. Não se descarta também a possibilidade de surgir alguém através desse fenômeno das redes sociais já que o campo pode estar aberto.
A Serra órfã de Vidigal e Audifax na urna em 2020 será fato não visto há 23 anos. Tudo pode acontecer.