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Discurso e ojeriza

Personagem que apareceu tecnicamente empatado em 2º lugar nas pesquisas de intenção de votos para a próxima eleição presidencial, o deputado federal Jair Bolsonaro está disposto a levar adiante seu projeto de candidatura.

No último levantamento da Confederação Nacional dos Transportes, publicada em 15 de fevereiro, alcançou 11,3% das intenções de voto. Um de seus movimentos políticos, buscando ampliar seu já expressivo índice junto aos eleitores, foi sua relação com o oficial da reserva e ex-deputado federal Capitão Assunção e o atual deputado federal Manato. Em jornal de grande circulação no país, foi publicado que os três estiveram inseridos no contexto direto ou indireto do movimento dos policiais militares do ES.

Devemos nos recordar que o discurso de Bolsonaro tem suscitado ojeriza de seus críticos, dado o teor homofóbico e sexista, bem como em defesa da intervenção militar no Brasil. Outro tema que ele defende é a autorização de porte de armas para cidadãos comuns. Observado o caos instaurado no ES em inícios de fevereiro e o enorme volume de informações falsas que circularam nas redes sociais, o pânico da população pode ser um vetor de captação de apoio à proposta que contempla a indústria de armas no país, assim como mais eleitores para apoiar seu projeto político. Dessa forma, além dos interesses eleitorais, o movimento dos PM atraiu a atenção de Bolsonaro pelo potencial de pautas que defende.

Contudo, não podemos deixar de esclarecer que, a despeito das relações expostas, de forma alguma o movimento dos policiais, como um todo, pode ser analisado segundo a postura dessas três pessoas. A adesão de mais de 10 mil profissionais, quando do auge da paralisação, não foi motivada por Bolsonaro, Manato ou Capitão Assunção. Foi sim, a eclosão emanada de uma conjuntura muito mais complexa que envolveu um número muito maior de pessoas e interesses. Esse esclarecimento se faz necessário, diante dos argumentos que apresentam os conflitos apenas por meio da disputa eleitoral, reduzindo os antagonismos sociais a meras diferenças partidárias.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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