Saúde

Dia Mundial de Combate à Sepse: prevenção e diagnóstico precoce podem salvar vidas

Um em cada cinco óbitos tem relação com esse problema. Foto: Freepik

Neste 13 de setembro, pessoas de todas as partes do globo são chamadas à conscientização no Dia Mundial de Combate à Sepse. Essa síndrome, que é a causa de morte mais evitável em todo o mundo, surge como resposta a uma infecção com comprometimento sistêmico de órgãos e tecidos. A sepse pode causar choque, falência múltipla dos órgãos e morte. Um em cada cinco óbitos tem relação com esse problema.

“Trata-se de uma resposta inadequada do organismo a uma infecção que pode estar localizada em qualquer órgão. Essa resposta pode levar ao mau funcionamento de um ou mais órgãos com o risco de morte, quando não descoberta e tratada rapidamente. Essa infecção pode ser causada por bactéria, vírus, inclusive pelo próprio vírus da Covid, por fungos, entre outros parasitas e protozoários”, alerta a coordenadora da UTI Geral do Hospital Unimed Vitória, Eliana Caser.

Qualquer tipo de infecção pode levar ao quadro de sepse, mas as mais comuns são pneumonia, infecção abdominal e infecção urinária. “O vírus Sars-CoV-2 é uma causa de sepse, e na Covid-19 estamos assistindo a uma sepse viral. Foi muito frequente assistirmos pacientes com choque séptico pelo Covid-19 por conta da pandemia”, revela a médica.

A coordenadora conta que o que mais conduz pacientes com sepse ao hospital geralmente é a presença de febre persistente, falta de ar, sonolência, taquicardia e diminuição do volume urinário. “São sintomas até inespecíficos, mas que numa fase mais avançada tornam-se sinônimos de disfunção de órgãos”.

Para Eliana, um dos fatores que mais pode contribuir para a diminuição da mortalidade e melhorar os desfechos da sepse é o reconhecimento precoce. “Um diagnóstico precoce para que seja feito um tratamento adequado na fase inicial pode evitar que ocorram disfunções múltiplas de órgãos. Importante parar a evolução da doença nesse momento”.

O médico Herdy Locatel, que teve um quadro de Covid agravado pela sepse, lembra dos momentos delicados que viveu. “A septicemia é um quando gravíssimo e abrupto, que às vezes transforma uma doença que pode ter um desfecho favorável numa tragédia. Fui internado com Covid e em aproximadamente dois dias encaminhando para o CTI, porque meu quadro piorou muito e tive que ser intubado. Logo após a intubação desenvolvi um caso de sepse grave e precisei de medicação para manter meu quadro estável. Se não fosse a expertise dos médicos que estavam me acompanhando e perceberam que a piora do meu quadro se tratava de uma sepse, todo o esforço para manter minha oxigenação seria inútil”.

Locatel afirma que o pronto combate do quadro e o diagnóstico precoce da sepse foram fundamentais para a recuperação. “Não adianta melhorar o pulmão com toda a eficiência dos ventiladores mecânicos, se não se conseguir se manter instável por um quadro infeccioso. O olho clínico e a alta percepção de que o paciente pode estar desenvolvendo uma sepse são fundamentais para o bom desfecho da doença”.

Qualquer pessoa pode ter sepse, independentemente da presença ou ausência de fatores de risco. No entanto, pacientes geralmente acima de 65 anos, ou que tenham sido submetidos a quimioterapia por câncer, pacientes com AIDS, com doenças crônicas e usuários de drogas ilícitas estão mais propensos.

Nas crianças

O tema merece atenção também no que diz respeito aos pequenos. “Crianças prematuras, menores de 1 ano, ou que apresentam comorbidades – como por exemplo, doenças oncológicas, hematológicas, reumatológicas e neurológicas – são mais susceptíveis a sepse”, ressalta a coordenadora da UTI pediátrica da Unimed Vitória, Silvia Louzada.

Segundo ela, é preciso estar atento aos sintomas e tomar providências rápidas. Alteração do estado consciência (irritabilidade, agitação, choro, interação diferente com os familiares, sonolência), extremidades frias, febre e redução da quantidade de urina são sinais de alerta.

“Na pediatria observamos que a infeção por Covid-19 apresenta sintomas mais leves que os adultos, porém, uma pequena porcentagem pode apresentar disfunção orgânica com risco de morte, devido a uma resposta exacerbada do paciente, caracterizando uma sepse viral. Recomenda-se a abertura de protocolo sepse para pacientes que apresentam síndrome gripal associada a disfunção orgânica”, observa.

Silvia avalia que cuidados simples, como a higiene das mãos, evitar uso desnecessário de antibióticos, manter as vacinas em dia conforme orientação do pediatra e cuidados com a alimentação, pode evitar quadros graves da sepse.

Redação Jornal Tempo Novo

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