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Dando surra em Tubarão – Leia o editorial do Tempo Novo

A ArcelorMittal Tubarão é a maior produtora de aço do Brasil. A siderúrgica é um dos pilares da economia capixaba. Da Serra, então, nem se fala. Quando a planta da então CST aqui começou a ser instalada na virada das décadas de 1970 e 1980, a cidade tinha um quinto da população de hoje.

A transformação de pelotas de minério da Vale em aço na nova siderúrgica estimulou a instalação de uma rede de fornecedores de insumos e serviços, além de um expressivo parque metalmecânico na cidade. Negócios-satélites que viabilizaram polos como os Civits e outros que vieram depois.

Portanto, qualquer baque na ArcelorMittal Tubarão tem potencial para gerar profundo impacto na economia da Serra, com efeitos negativos também na arrecadação do município. É o que pode acontecer, caso seja efetivada a medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 25 % o aço brasileiro.

A Serra e o Espírito Santo precisam torcer para que o anúncio seja apenas uma bravata de Trump, que é um líder afeito à verborragia.  Isso porque quase 25% das sete milhões de toneladas de aço semiacabado produzido pela empresa são exportados para os EUA, segundo dados da Federação das Indústrias do ES (Findes) referentes a 2018.

Ou na hipótese de a taxa se concretizar e a ArcelorMittal Tubarão perder terreno no mercado norte-americano, que a siderúrgica consiga desaguar no mercado chinês, aproveitando a guerra comercial EUA x China.

Do contrário, a pancada promete. E vai se juntar ao impacto da redução da produção de minério da Vale, como desdobramento do rompimento da barragem de Brumadinho em janeiro. As condições desfavoráveis à ArcelorMittal Tubarão já fizeram a empresa antecipar a paralisação do alto-forno 2, prevista para acontecer em virtude de adequação de controles ambientais.

Só a siderúrgica gera 11 mil empregos diretos e movimenta 12% do PIB capixaba. Sua receita bruta equivale a mais de 50% do PIB da Serra. A taxa de Trump vem num momento ruim para o setor minero-siderúrgico, também afetado pelo rompimento da barragem da Samarco – esta última, parada desde o final de 2015.

A dependência dos capixabas às commodities minerais e siderúrgicas é um problema, pois qualquer turbulência pode ser devastadora para a economia local. Pior ainda será se o setor declinar estruturalmente, e sinais não faltam. Coisas do Terceiro Mundo.

Redação Jornal Tempo Novo

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