Cooperativas de catadores sofrem com baixa coleta seletiva na Serra

 

Cooperativa Abrasol de Planalto Serra: baixa quantidade e mistura de resíduos são problemas para atividade. Foto: Divulgação

Gabriel Almeida

Enquanto a cidade convive com pontos viciados de lixo e entulho em praticamente todos os bairros, as associações de reciclagem estão sem material para trabalhar. Isso porque a coleta seletiva da Prefeitura da Serra é limitada a cerca de 0,1% do total do lixo doméstico recolhido. E esse material selecionado muitas vezes acaba vindo com resíduos indesejáveis, o que inviabiliza a reciclagem.  

É o que afirma a diretora presidente da Associação Banco Regional Ambiental Solidário (Abrasol), Alvanete dos Anjos. Segundo ela, a coleta seletiva feita pela Prefeitura não abrange todos os bairros do município e por isso a quantidade de material reciclável enviado para as associações é pouca. “Se essa coleta atendesse mais comunidades, isso iria ajudar o meio ambiente e também os coletores que sobrevivem do dinheiro gerado pela reciclagem”, afirma.

Alvanete acrescenta que, na maioria das vezes, a coleta seletiva não é feita corretamente. “Bichos mortos, fezes de animais, lixo hospitalar e até objetos cortantes já vieram no meio da coleta que não é tão seletiva assim”, detalha.  

A diretora da associação dos Catadores de Materiais Recicláveis em Vila Nova de Colares (Amarvila), Maria Angélica Rodrigues Alves, confirma os problemas. Segundo ela a entidade recebe apenas cerca de 2 toneladas de material e que muita das vezes boa parte não é utilizado. “Algumas semanas atrás um gato morto veio no meio do material enviado pela Prefeitura e tivemos que colocar fogo em todo o resíduo. Todo material foi perdido”, conta.

 Maria Angélica ainda disse que várias famílias só tem a renda da reciclagem. “Três famílias que ganham apenas R$ 170,00 por mês da reciclagem dependem desse trabalho para sobreviver”, observa.

A assessoria de imprensa da Prefeitura da Serra disse que o trabalho de coleta é feito pelo sistema de entrega voluntária. São 24 pontos desses espalhados pela cidade, onde há 111 caixas sinalizadas em que se coloca lixo seco.  Há ainda outras 85 dessas caixas distribuídas em escolas municipais.

Sobre a quantidade, a prefeitura disse que coleta 12 toneladas por mês.  Isso representa apenas 0,1% das 10,6 mil toneladas de lixo doméstico coletado por mês pelo município, segundo dado divulgado em junho pela Prefeitura.  Sem contar os entulhos, restos de podas, eletrodoméstico e outros jogados nos pontos viciados, que em 2016 já somavam 20 mil toneladas por mês.   

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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