Com o rio Doce muito cheio em função das chuvas da última semana, aumentam as preocupações da contaminação de peixes e mariscos do rio e do mar com a lama da Samarco (Vale + BHP) e metais pesados que ela ajuda a espalhar.
Tanto que a Rede Rio Doce Mar, formada por pesquisadores e instituições para acompanhar as consequências do desastre/crime ambiental à biodiversidade aquática, está mobilizada para monitorar a presença de metais pesados na água, sedimentos, peixes e em outros organismos.
Isto porque existe a preocupação com o aumento da turbidez da água, justamente porque o rio fica mais forte na cheia e pode levantar do fundo rejeitos depositados em seu leito desde o rompimento da barragem em Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015.
Em comunicado divulgado na última quinta-feira (30), a Rede informa que as pesquisas sobre a presença de metais pesados em períodos de cheia atende a determinação dos órgãos ambientais. Os pesquisadores estão coletando amostras ao longo do rio Doce no Espírito Santo, na foz em Regência (Linhares), na região marinha e em áreas adjacentes.
A Rede Rio Doce Mar vai incorporar os resultados dessas análises a relatórios que serão entregues aos órgãos ambientais e também à Fundação Renova, no âmbito do Acordo de Cooperação Técnico-Científica ora em desenvolvimento.
A Fundação Renova foi criada pela Samarco e suas controladoras, as gigantes multinacionais da mineração Vale e BHP Billiton, para gerir indenizações aos atingidos e outras reparações pelo rompimento da barragem.